Noel de Medeiros Rosa faria 100 anos no dia 11 de dezembro. Nasceu em 1910, num humilde chalé no bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, de um parto a fórceps, o que lhe causou a fratura de um osso da mandíbula. Foi daí que adquiriu seu defeito físico no queixo, no lado direito do rosto, além de muita dificuldade para mastigar.
Noel Rosa aprendeu bandolim com a mãe, Martha, e foi introduzido ao violão pelo pai, Manuel de Medeiros Rosa. Desde cedo, foi sempre autodidata. Adolescente, não tardou a começar a frequentar bordéis e pensões de mulheres e a cair na boemia.
Mais ligado na música que nos estudos, Noel era, na escola, um aluno irreverente com os professores. Em Vila Isabel, celeiro de músicos da época, participava de serenatas e logo ficou conhecido como bom acompanhante ao violão. Em 1929, Noel arriscou as suas primeiras composições, “Minha Viola” e “Toada do Céu”, ambas gravadas por ele mesmo.
Mas foi em 1930 que o sucesso chegou, com o lançamento de “Com que roupa?”, um samba bem-humorado que sobreviveu décadas e hoje é um clássico do cancioneiro brasileiro. A inspiração para essa música aconteceu quando, certa noite, ia sair com seus amigos. Sua mãe, não querendo que ele saísse, escondeu suas roupas e, inconformado, ele perguntou: “Mãe, com que roupa eu vou?”
Noel revelou-se um talentoso cronista do cotidiano, com uma sequência de canções que primam pelo humor e pela veia crítica. Entre os intérpretes que passaram a cantar seus sambas, destacam-se Mário Reis, Francisco Alves e Aracy de Almeida.
A vida boêmia sempre foi um atrativo irresistível para Noel, que teve, ao mesmo tempo, várias namoradas e foi amante de muitas mulheres casadas. Casou-se em 1934 com Lindaura, mas era apaixonado por Ceci, prostituta de um cabaré, sua amante de longa data. Um de seus sucessos, “Dama do Cabaré” foi inspirado nela.
Faleceu em sua casa no bairro de Vila Isabel, no Rio, no dia 4 de maio de 1937, aos 26 anos, de tuberculose.
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