Cinema: arte, diversão e reflexão desde 1895 |
Naquele ano, na França, os irmãos Auguste e Louise Lumière organizaram a primeira projeção pública de um filme |
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inemas com óculos 3D, atores criados por computador – e que você pode jurar que estão vivos –, telas IMAX, com 22 m de largura por 16 m de altura... Quando vamos ao cinema, nos dias de hoje, nem imaginamos como eram limitadas as
primeiras tentativas de exibição de simples fotogramas em sequência numa tela branca, no final do século 19.
Pensando nisso, vamos conhecer um pouco da sétima arte, como foi denominada por
Ricciotto Canudo a partir do Manifesto das Sete Artes, em 1911.
Em 22 de março de 1895, os irmãos Auguste e Louise Lumière organizaram a primeira projeção pública de um filme, chamado
“La Sortie de l'usine Lumière à Lyon” (A Saída da Fábrica Lumière em Lyon), na primeira sala de cinema do mundo, o
Eden, que ainda existe na cidade de La Ciotat, no sudeste da
França.
O grande sucesso levou ao início da exploração comercial do cinematógrafo, oficialmente, em 28 de dezembro de
1895, com a primeira sessão paga em Paris, no Salão Indien do Grand Café, no Boulevard dês Capucines. Muitos documentos do período refletem o entusiasmo do público por esta inovação tecnológica.
Os cartazes, que em particular dão conta dos aspectos lúdicos da
Belle Époque, ajudaram a introduzir o cinema nos costumes, incluindo-o na indústria do entretenimento. Assim, o cartaz publicitário da época (foto reprodução ao lado), nas cores vivas, ilustra a multidão de espectadores que se aglomeram à estreita entrada do Salão Indien.
Nota-se neste cartaz, em primeiro plano, um guarda tentando dissuadir um padre de se juntar ao público, como se esta nova distração não fosse própria para ele. A pressa dos homens e mulheres de todas as idades e de todas as profissões, a maioria vestida à moda da
Belle Époque, vem de que, pela primeira vez, o cinematógrafo dá às imagens projetadas em tamanho real a aparência da realidade.
Naquela época, os filmes produzidos por Lumière mostravam cenas familiares tiradas da vida, com um grande poder de sedução. Isso derivava não somente da novidade do procedimento, mas também das qualidades plásticas da imagem que acentuavam a impressão da realidade.
O cineasta, que se distingue pela sua capacidade de distribuir os elementos na tela para enquadrar a cena e jogar com efeitos luminosos, se esforça para
apresentar a realidade, que ele embeleza ligeiramente,
sem a transformar.
Na verdade, Lumière via o cinema não como um espetáculo, mas como uma conquista tecnológica e, assim, passa a concentrar sua atividade na fotografia. Continuando suas pesquisas sobre a qualidade técnica da imagem fotográfica ele desenvolve, em
1903, a autocromia, um processo sofisticado que permite a
reprodução das cores, enquanto as grandes empresas criadas por
Charles Pathé e Louis Gaumont, entre outros, se lançam na produção cinematográfica.
Até 1914, os cineastas exploraram diferentes formas.
Georges Méliés toma plena consciência da importância estética do novo procedimento, realizando filmes nos quais
a realidade desaparece em favor da fantasia e da poesia. A introdução gradual da ficção e a elaboração de uma escrita própria permitem ao cinema se desligar progressivamente de suas origens e amadurecer, tornando-se uma arte em si.
No Brasil, na década de 60, o cinema brasileiro foi um dos mais destacados, não só pela importância interna como pela repercussão externa. Ganhou mais de
80 prêmios em festivais internacionais. As elites, ou parte delas, que antes desconsideravam o cinema, passam a encontrar nele uma força cultural que exprime seus discursos políticos, estéticos, antropológicos. O
Cinema Novo permitiu um diálogo cultural com outros países.
Bem, para terminar o artigo, incito-os a uma reflexão. Hoje, o cinema oferece milhares de oportunidades de entretenimento, para
crianças, jovens e adultos, com produções realizadas em
diversos países e temáticas que vão da comédia, drama, romance, política e ficção científica, seja com atores reais, ou com personagens criados inteiramente por computador.
Por isso, é importante assistir a filmes americanos como “Avatar”, de James Cameron, mas não deixe de dedicar seu tempo, também, a
obras de arte do cinema europeu e asiático, que, com certeza, farão você pensar na vida e sair do cinema satisfeitos, com a sensação de que viram
algo que valeu a pena o ingresso.
Fotos/ilustrações: divulgação |
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