A inspiração de um artista pode vir dos mais variados temas, lugares, pessoas, objetos e até sonhos. E foi um sonho que, em 1969, serviu de inspiração para o escultor Otacílio Valdomiro de Souza, hoje com 67 anos, transformar madeira em esculturas.
Tudo começou há 45 anos, quando Otacílio teve um sonho no qual havia muitas árvores. “Nesse sonho eu vi dentro de casa alguns troncos de árvores e aquilo me chamou a atenção, fiquei quase a noite inteira sonhando aquele sonho. Eu comentava com a minha esposa: ‘Eu não sei o que pode ser isso’, dava a entender que um dia eu ia ter esses pedaços de pau dentro de casa. Achei muito bonito”, lembra.
Demorou 6 anos para que Otacílio encontrasse a resposta para aquele sonho. Foi na estrada, durante uma viagem, ele encontrou um galho de uma árvore e não pensou duas vezes, parou o carro e levou o galho que depois se transformaria na primeira obra de arte do escultor. O galho de árvore virou dois cervos que o escultor guarda como preciosidades do acervo.
Um museu no quintal de casa
Hoje ele transforma madeira em esculturas. E é no quintal de casa, na pequena cidade de Oriente, no interior de São Paulo, que Otacílio cria e guarda suas obras de arte. O espaço até ganhou um nome: Museu de Madeira Fantástico. Tudo que ele cria é extraído de troncos e galhos de árvores.
O escultor sempre gostou de animais, por isso as esculturas reproduzem formas das mais variadas espécies de animais: uma capivara ao lado de um macaco, uma cobra com traços perfeitos de uma serpente de verdade, e até um dinossauro e um pavão, para o qual Otacílio usou, além dos galhos de árvore, cachos secos de coco, para compor o rabo da ave. O trabalho é cauteloso e rico em detalhes. O artista passa dias e até meses para terminar uma escultura.
Daquela época até hoje, Otacílio já esculpiu mais de 200 peças. E como para arte não existe tempo, nem idade, o trabalho no museu de madeira fantástico continua. “Não tem idade, enquanto eu viver vou fazer esse trabalho. Depois de 39 anos esculpindo, para mim ainda parece que comecei ontem, faço isso com um dom natural”, finaliza.
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Coordenadora de redação e interatividade do Portal Terceira Idade (clique aqui para falar com a colunista)