Ariano Vilar Suassuna, 80 anos, ou simplesmente Ariano Suassuna, um dos mais importantes escritores do país, nasceu em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa – Paraíba, em 16 de junho de 1927. Assumiu a Cadeira nº 32 da Academia Brasileira de Letras em 9 de agosto de 1990.
Advogado, professor, teatrólogo, dramaturgo, poeta, romancista e influente pensador da cultura brasileira, Ariano construiu uma obra que navega entre a literatura de cordel e a européia, entre os romances de cavalaria e os cantadores nordestinos.
Filho de João Urbano Pessoa de Vasconcelos Suassuna e de Rita de Cássia Dantas Vilar Suassuna (xará da autora desta coluna), ele tinha pouco mais de três anos de idade quando seu pai, que governava o Estado da Paraíba no período de 1924 a 1928, foi assassinado no Rio de Janeiro em conseqüência da cruel luta política que se desencadeou naquele Estado às vésperas da Revolução de 1930.
Devido à falta de segurança reinante em seu Estado, sua mãe se viu obrigada a mudar-se para o sertão Paraibano. A infância passada no sertão familiarizou o futuro escritor e dramaturgo com os temas e as formas de expressão artística que viriam mais tarde constituir seu universo imaginário ou, como ele próprio o denomina, seu “mundo mítico”.
Suas primeiras produções foram publicadas nos suplementos literários dos jornais do Recife, quando o autor fazia os estudos pré-universitários e singularizavam-se pelo domínio dos ritmos e métricas cristalizados na poética nordestina.
Ao ingressar na Faculdade de Direito do Recife em 1946, Ariano ligou-se ao grupo de jovens escritores e artistas que, tendo à frente Hermilo Borba Filho, Joel Pontes, Gastão de Holanda e Aloísio Magalhães, acabavam de fundar o Teatro do Estudante Pernambucano.
Escreveu sua primeira peça em 1947, “Uma Mulher Vestida de Sol”, que obteve o primeiro lugar em concurso de âmbito nacional promovido pelo TEP (Prêmio Nicolau Carlos Magno). Em 1952, voltou a residir em Recife, onde escreveu várias peças, entre elas, “O Auto da Compadecida” (1955), que o projetou em todo o país. “O texto mais popular do moderno teatro brasileiro”, afirmou Sábato Magaldi, quando o texto conquistou medalha de ouro da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, em 1957.
Suassuna casou-se com Zélia de Andrade Lima em 1957, com quem teve seis filhos: Joaquim, Maria, Manoel, Isabel, Mariana e Ana. Sucesso permanente, “O Auto da Compadecida” está hoje incorporado ao repertório internacional, traduzido e representado em espanhol, francês, inglês, alemão, polonês, tcheco, holandês, finlandês e hebraico.
Coordenadora de redação e interatividade do Portal Terceira Idade (clique aqui para falar com a colunista)