Em outubro deste ano, estaremos comemorando o centenário do compositor carioca Nelson Cavaquinho (1911-1986). Mas, felizmente, seu nome será lembrado um pouco antes.
No próximo Carnaval, a Estação Primeira de Mangueira, escola do compositor, dedica a ele o enredo deste ano: ‘O Filho Fiel, Sempre Mangueira’. Também próximo a data, sai um álbum com gravações inéditas de sua obra por 20 artistas da MPB, entre eles: Beth Carvalho, Alcione, Benito di Paula, Arnaldo Antunes, Zeca Baleiro, Ângela RoRo e Cida Moreira.
Nelson Antônio da Silva, conhecido pelo nome artístico Nelson Cavaquinho, nasceu em 29 de outubro de 1911, no Rio de Janeiro. Sambista, compositor e cavaquinista na juventude, na maturidade optou pelo violão, desenvolvendo um estilo inimitável de tocá-lo, utilizando apenas dois dedos da mão direita.
Seu envolvimento com a música inicia-se com na família. Seu pai, Brás Antônio da Silva, era músico da banda da Polícia Militar e seu tio, Elvino, tocava violino. Depois, morando na Gávea, passou a frequentar as rodas de choro. Nessa época surge o apelido que o acompanharia por toda a vida.
Nelson começou a compor nos anos 1940, mas foi com as gravações de Nara Leão, na década de 1960, e as de Beth Carvalho (foto ao lado), a partir de 1973, que ele recebeu o impulso fundamental para que suas canções se tornassem populares.
Sua obra já era reconhecida antes disso, sobretudo nas vozes de Cyro Monteiro e Dalva de Oliveira, ainda nos anos 1940. A gravação de ‘Luz Negra’ por Nara Leão, em seu álbum de estréia, em 1964, jogou luz no compositor trágico que Nelson era.
O grande salto de popularidade aconteceria a partir do lançamento de ‘Folhas Secas’, entregue por Nelson ainda inédita para Beth Carvalho. A partir dali, a cantora defenderia sambas do autor em quase todos os seus álbuns, totalizando hoje mais de 40 gravações.
“É o maior compositor do mundo. Vivia e falava de assuntos muito trágicos sem nunca, jamais cair no ridículo. E, ao mesmo tempo, era uma pessoa engraçadíssima”, diz Beth, que, em 2001, dedicou um álbum inteiro ao compositor.
Depois dos 50, conheceu Durvalina, trinta anos mais moça do que ele, sua companheira pelo resto da vida. Morreu na madrugada de 18 de fevereiro de 1986, aos 74 anos, vítima de um enfisema pulmonar.
Coordenadora de redação e interatividade do Portal Terceira Idade (clique aqui para falar com a colunista)