Alveiro Vargas tinha apenas 9 anos de idade quando resolveu mudar a vida dos mais velhos, em sua cidade natal, Bucamaranga, na Colômbia. Sem recursos e por conta própria, ele organizou seus amigos, também crianças, da favela onde morava e passou a levar cuidados, amor e carinho aos idosos.
Os velhinhos o chamavam de “angelito” (anjinho). Ele e mais 12 crianças visitavam idosos, de barraco em barraco, para levar comida e fazer a limpeza. Alveiro não teve tempo para brincar com as crianças de sua idade. Fazia suas visitas desde que saia da escola até as 11 da noite.
“O nosso bairro e as pessoas da 3ª idade estão muito abandonados pelas instituições, pelo governo, pela prefeitura. Aqui tem muita pobreza. Em época de eleição, os políticos vêm aqui dizendo que vão ajudar e, depois que passa a eleição, adeus promessas”, criticou Alveiro.
Um documentário de TV, na época, mostrando suas iniciativas, chegou até a França, onde despertou uma onda de doações. Bucamaranga recebeu 500 mil francos. Mas o valor não era suficiente para construir o asilo e mantê-lo em funcionamento. Ele chegou a ter contato com a primeira-dama da Colômbia e com o Governador local, o que frustrou mais ainda suas expectativas, pois as promessas feitas não foram cumpridas.
Após uma doação de mais 300 mil francos da França para os “anjos”, Alveiro pôde, finalmente, construir o seu sonho. Hoje, aos pés da favela onde morava, o asilo “Cantinho da França” tem 140 leitos, 4.000 metros quadrados e um grande jardim.
Parte do sonho do pequeno “angelito”, agora com 20 anos, se realizou. Mas ele sabe que ainda há muito a fazer. “Gostaria de estudar medicina, mas acho que, como advogado, poderei defender e tentar garantir cada vez mais os direitos da 3ª idade”, afirma.
PS: O mundo está repleto de anjos como Alveiro. Cabe a cada um de nós percebermos onde eles estão e trabalhar juntos com eles. Talvez você tenha um “angelito” dentro de sua própria casa!
Coordenadora Geral do Portal Terceira Idade, Pesquisadora do Envelhecimento, Pedagoga e Jornalista (API, Assoc. Paulista de Imprensa: Reg. 2152) (clique aqui para falar com a colunista)