Antigamente, poucos livros de história do Brasil, contavam que em 1695 senhores de engenho, bandeirantes vindos de São Paulo e militares de Pernambuco invadiram o Quilombo dos Palmares no alto da Serra da Barriga, hoje Alagoas, onde viviam pacificamente mais de 30 mil pessoas, entre elas negros, índios e brancos.
Com o respaldo da sociedade e da Igreja, os invasores mataram milhares de homens, mulheres e crianças. O líder, Zumbi dos Palmares, traído por um companheiro, preferiu entregar-se aos inimigos para evitar um massacre maior. Foi fuzilado e teve seu corpo esquartejado em uma praça do Recife.
O Brasil, último país a abolir formalmente o trabalho escravo, concentra hoje o segundo maior contingente de população negra do mundo, atrás apenas da Nigéria.
Conforme o censo mais recente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 44% da população brasileira é afro-descendente, mas só 5% das pessoas se declaram negras. Estes dados se tornam ainda mais espantosos quando sabemos que, da população brasileira mais empobrecida, 64% são pessoas negras.
O racismo velado é a questão que mais dificulta seu combate. Na maioria dos casos, a própria população negra não se aceita como tal, pois não conhece sua história e teme ser discriminada socialmente.
O dia 20 de novembro de 1695 é lembrado como o Dia do Martírio do Zumbi dos Palmares. Esta data, agora integrada ao calendário nacional, passou a ser comemorada todo ano como o Dia da União e Consciência Negra. Porém, parece que temos uma discriminação geográfica em nosso próprio país!
Por ora, apenas quatro Estados da União decretaram neste dia feriado estadual: Alagoas, Amapá, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro. No Mato Grosso do Sul, o feriado estadual foi derrubado pelo Tribunal de Justiça do Estado, em outubro do ano passado! Então, agora só temos três estados…
PS 1: Consciência é uma palavra muito usada e pouco praticada em nosso País!
PS 2: Segundo dados históricos recentes, todos viemos da “Mama África”…
Coordenadora Geral do Portal Terceira Idade, Pesquisadora do Envelhecimento, Pedagoga e Jornalista (API, Assoc. Paulista de Imprensa: Reg. 2152) (clique aqui para falar com a colunista)