“É um pequeno passo para um homem, um grande salto para a Humanidade!”
A frase, dita pelo astronauta americano Neil Armstrong (1930-2012), comandante da Apollo 11, ao se tornar o primeiro homem a pisar na Lua, entrou para a história em 20 de julho de 1969.
Nos 44 anos seguintes, a exploração do espaço tem sido feita apenas por astronautas profissionais, com exceção de alguns poucos milionários, que pagaram, cada um, 20 milhões de dólares para visitar a Estação Espacial Internacional.
Mas ir ao espaço está para se tornar possível também para nós, simples cidadãos sem nenhuma experiência em pilotagem ou conhecimentos científicos específicos – e, o melhor, pagando apenas R$ 30. O destino é Marte, nosso planeta vizinho mais próximo.
Mas será que você iria se soubesse que a viagem é só de ida?
202.586 pessoas iriam. Este é o número de candidatos que, nos últimos cinco meses, se inscreveram para o Projeto Mars One, liderado pelo engenheiro holandês Bas Landscorp. A empresa busca 24 voluntários – seis grupos de quatro pessoas – de diferentes nacionalidades para enviar ao planeta vermelho em missão só de ida. O lançamento está previsto para 2023.
O Brasil teve 10.289 inscritos no projeto. O país é o quarto entre aqueles com maior número de candidatos. O ranking é liderado por EUA, Índia e China. Ao todo, 140 nações têm pessoas inscritas no projeto.
São muitos os obstáculos para uma missão de colonização do planeta vermelho. Além de não poder retornar à Terra, os participantes terão que encontrar água, produzir oxigênio e cultivar seus próprios alimentos. A diminuição da gravidade também causará alterações em todo o organismo, como a perda de cálcio dos ossos e a troca gasosa entre o sangue e o ar presente nos pulmões. A exposição recorde à radiação solar será outro desafio.
A idade mínima para as inscrições no projeto, que se encerraram em setembro, é de 18 anos. Mas há candidatos de todas as idades, incluindo brasileiros.
Dono de uma pousada em Nova Friburgo, João Carlos Leal, de 52 anos, considera que sua idade é um trunfo. Seu interesse pelo espaço começou aos 8 anos, quando viu a decolagem da primeira missão Apollo.
“Terei 62 anos quando lançarem a primeira nave, mas muitos homens da minha família vivem bem até quase os 80. Posso, então, contribuir muito com a equipe. Mais de metade dos inscritos têm menos de 30 anos. São sete meses de viagem até Marte e o resto da vida no planeta. Uma pessoa madura pode se adaptar melhor ao confinamento do que um jovem, que logo ficaria depressivo”, avalia.
Coordenador de Webdesign e TI do Portal Terceira Idade, Jornalista e Publicitário (API, Assoc. Paulista de Imprensa: Reg. 2150) (clique aqui para falar com o colunista)