Desde que cheguei a Marília, tenho tido muito contato com uma senhora de 82 anos, a quem chamo carinhosamente de Tia Izaura.
Bem, já havia conhecido Tia Izaura quando eu morava em São Paulo. Estando aqui, comecei a frequentar mais sua casa e a perceber mais seu dia a dia e sua maneira de lidar com a vida.
Para minha surpresa, percebi, em pequenas e simples conversas sobre suas flores e seus biscoitos, os problemas de saúde que foram surgindo com sua família e com ela mesma, e a maneira simples com a qual ela lida com tudo isso.
Tia Izaura tem uma filha que acabou de passar por uma cirurgia dificílima em São Paulo, na qual corria risco de perder a vida. Estive com ela nestes momentos e, mais uma vez, percebi sua maneira sábia e tranquila de lidar com a questão. “A gente tem que ter fé e segurar a onda da família, estou pronta para ir a São Paulo em caso de qualquer eventualidade. A vida é só uma passagem, não vamos levar nada daqui, senão os momentos de amor e carinho para com nossos semelhantes. Eu não sei por que as pessoas complicam tanto esta breve viagem”, disse Tia Izaura.
Tenho tantas coisas para falar sobre a Tia Izaura que não caberiam nesta coluna. Em um passeio recente que fiz com ela, tomamos sorvete, conversamos sobre o calor e a alteração do clima. Empolgada com os vários sabores, ela levou mais de 10 picolés pra casa. E saiu feliz como uma criança… Quem dera todos tivéssemos a lucidez da querida Tia Izaura.
PS: Bom Carnaval a todos os leitores do Bom Dia Marília.
Coordenadora Geral do Portal Terceira Idade, Pesquisadora do Envelhecimento, Pedagoga e Jornalista (API, Assoc. Paulista de Imprensa: Reg. 2152) (clique aqui para falar com a colunista)