Uma das maiores ativistas pela inclusão dos deficientes visuais no País, Dorina de Gouvêa Nowill morreu no último dia 29 de agosto, aos 91 anos.
Conhecida por sua Fundação Dorina Nowill Para Cegos, Dorina ficou cega aos 17 anos por causa de uma doença que os médicos nunca conseguiram entender. Decidiu então dedicar a vida à luta pela inclusão de pessoas na mesma condição.
Em 1946, com um grupo de amigas, criou a Fundação para o Livro do Cego no Brasil, que em 1991 recebeu seu nome. Junto com o Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro, a Fundação Dorina Nowill Para Cegos foi uma das pioneiras na produção de livros em Braille, na distribuição gratuita dessas obras para deficientes visuais e no desenvolvimento de técnicas mais modernas para que o cego consiga ler, como livros falados e vozes sintetizadas no computador.
Há mais de seis décadas a Fundação também oferece, gratuitamente, programas de atendimento especializado ao deficiente visual e sua família, nas áreas de avaliação e diagnóstico, educação especial, reabilitação e colocação profissional.
Dorina estava internada desde o meio de agosto no Hospital Santa Isabel, na zona oeste de São Paulo, para tratar uma infecção, mas acabou sofrendo parada cardíaca. Segundo sua neta Martha Nowill, 29, ao se despedir da avó dois dias antes ela ainda estava consciente, mas com dificuldades para falar. “Ela disse que estava em paz. Minha avó é uma grande inspiração para mim”, disse.
“Foi uma morte praticamente natural”, afirmou seu filho Alexandre Nowill, que também era seu médico. Casada havia 60 anos com Edward Hilbert Alexander Nowill, Dorina deixa cinco filhos, 12 netos e três bisnetos.
Coordenadora de redação e interatividade do Portal Terceira Idade (clique aqui para falar com a colunista)