Este ano, o Carnaval está mudando de cara. Pelo menos é que prometem alguns blocos inovadores em Pernambuco e na Bahia. Os tradicionais trios elétricos com sua axé music estão dando lugar a blocos exóticos e criativos.
O fenômeno é mais forte em Pernambuco, que cultua os antigos carnavais de rua e seus ritmos centenários. Blocos como o ‘Mulher na Vara’ unem a tradição das orquestras de frevo com a irreverência, mistura que virou marca da folia em Olinda. No desfile, mulheres se equilibram sobre uma vara de bambu de cinco metros no ombro dos foliões. A que ficar mais tempo em pé é aplaudida. “Começamos com 22 foliões em 1993 e, neste ano, vamos arrastar 3.500”, conta Carlos Porciúncula, presidente da agremiação.
Mais abertos a novidades, os blocos baianos tentam criar diferenciais, sem, no entanto, se afastar muito do padrão “trio elétrico”. No bloco ‘Harém’, por exemplo, “recruta” mulheres bonitas em festas. Para evitar as consideradas “feias”, um esquema de identificação impede a venda do abadá.
Confira, abaixo, alguns dos blocos.
‘Enquanto isso, na Sala de Justiça’ (Olinda, PE):
Tem 16 anos e conta com foliões fantasiados de heróis e vilões, não necessariamente os já existentes nos quadrinhos e na TV. Há quem se fantasie de ‘Supercílio’ e ‘Supermercado’.
‘Mulher na Vara’ (Olinda, PE):
Integrantes carregam uma vara de bambu de cinco metros. Folias são colocadas de pé sobre a vara. As que permanecerem mais tempo são as mais aplaudidas.
‘A Corda’ (Olinda, PE):
Bloco sai às ruas nas manhãs de terça de Carnaval, no centro histórico. Os foliões batem panelas e gritam o nome do bloco para despertar as pessoas. Muitas vezes, invadem as casas para acordar os moradores.
‘Open Barra’ (Salvador, BA):
Os 1.200 foliões terão a mordomia de 80 garçons para servir livremente uísque, vodka, cerveja e água, num sistema de “open bar” (bebidas inclusas no pacote).
‘A Porta’ (Olinda, PE):
Integrantes carregam nos ombros uma porta antiga. Foliões, principalmente as mulheres, sobem na porta e, em pleno desfile, retiram parte da roupa.
‘Harém’ (Salvador, BA):
Só os homens pagam para participar. As mulheres são convidadas por dirigentes do bloco em festas no ano anterior (eles priorizam as bonitas). Para evitar que os abadás sejam passados para as “feias”, as “princesinhas” do Harém são pintadas com o símbolo do bloco no braço às vésperas do Carnaval.
Coordenadora de redação e interatividade do Portal Terceira Idade (clique aqui para falar com a colunista)