A cada ano, o número de idosos cresce no Brasil e no mundo.
E, infelizmente, cresce também o número de pessoas que não tem amparo na velhice, quer de suas próprias famílias ou do governo. Abandonadas e, na maioria das vezes mal tratadas, vivem sozinhas em condições precárias, principalmente nos países do 3º mundo.
A boa notícia é que ainda existem “anjos” para cuidar desses idosos e dar o exemplo para o resto do mundo.
Alveiro Vargas tinha apenas 9 anos de idade quando resolveu mudar a vida dos mais velhos, em sua cidade natal, Bucamaranga, na Colômbia. Sem recursos e por conta própria, ele organizou seus amigos, também crianças, da favela onde morava e passou a levar cuidados, amor e carinho aos idosos.
Os velhinhos o chamavam de “angelito” (anjinho). Ele e mais 12 crianças visitavam idosos, de barraco em barraco, para levar comida e fazer a limpeza. Alveiro não teve tempo para brincar com as crianças de sua idade. Fazia suas visitas desde que saia da escola até as 11 da noite.
“O nosso bairro e as pessoas da 3ª idade estão muito abandonados pelas instituições, pelo governo, pela prefeitura. Aqui tem muita pobreza. Em época de eleição, os políticos vêm aqui dizendo que vão ajudar e, depois que passa a eleição, adeus promessas”, criticou Alveiro.
Um documentário de TV, na época, mostrando suas iniciativas junto aos idosos, chegou até a França, onde despertou uma onda de doações. Bucamaranga recebeu 500 mil francos, que seriam usados para construir uma casa para acolher os idosos.
Mas o valor não era suficiente para construir o asilo e mantê-lo em funcionamento. “A gente podia construir, fazer as paredes e o telhado. Mas e depois? Não teria cozinha, nem quartos e nem dinheiro para pagar os funcionários”, indagou, após o recebimento da doação.
Promessas não cumpridas pelo governo – ele chegou a ter contato com a primeira dama da Colômbia e com o Governador local – frustraram suas expectativas de ajuda para erguer seu asilo. “Não se promete a uma criança uma coisa que não vai cumprir”, lamentou o jovem.
Após uma doação de mais 300 mil francos para os “anjos”, Alveiro pôde, finalmente, realizar seu sonho. Hoje, aos pés da favela onde morava, o asilo “Cantinho da França” tem 140 leitos, 4.000 metros quadrados e um grande jardim.
Aos 20 anos, ainda indeciso entre estudar medicina ou advocacia, Alveiro adianta: “acho que, como advogado, poderei defender e garantir os direitos da 3ª idade”.
Coordenadora de redação e interatividade do Portal Terceira Idade (clique aqui para falar com a colunista)