Na semana passada, os PMs da Bahia e do Rio de Janeiro entraram em greve. Dezenas de pessoas morreram neste período, houve vandalismo no comércio, pessoas feridas nas ruas, cogitou-se até o cancelamento do Carnaval nestas regiões. Logo depois, não entendo bem como, parece que tudo se ajeitou…
Não posso deixar de citar, também, o recente aumento de matérias na mídia sobre corrupções, desvios de dinheiro de órgãos governamentais, trocas de ministros, pessoas que ficaram desabrigadas pelas enchentes e que continuam, há meses, “provisoriamente” em alojamentos.
Agora que estamos finalmente a alguns dias do Carnaval, um dos eventos mais esperados pelos brasileiros durante o ano inteiro, me lembrei das lindas marchinhas que tocavam nos anos 60, entre elas uma que cai muito bem para os tempos de hoje, Máscara Negra, interpretada pela magistral Dalva de Oliveira, quando ela canta “Mais de mil palhaços no salão”…
As origens do Carnaval são polêmicas. Li uma pesquisa que cita o surgimento desta data como uma festa que já existia dez mil anos antes de Cristo, quando os povos que habitavam as margens do rio Nilo, no Egito, comemoravam suas colheitas.
Os homens daquela época entravam em estado de utopia através da comemoração. No momento da festa, se desligavam das coisas ruins e saudavam as que lhes pareciam boas com danças e cânticos para espantar as forças negativas.
Para os foliões de hoje, me parece que o sentimento de utopia é idêntico! Seguindo as antigas tradições, durante a semana do Carnaval não existem problemas políticos ou sociais, existe apenas a visão de mulheres quase nuas desfilando sem parar!
Algumas escolas de samba ainda falam da realidade do Brasil e contam nossa história através de seus belos enredos. Porém, os grandes patrocinadores tornam este momento único em um “Carnaval para inglês ver”!
PS: “Tanto riso, ó quanta alegria”, “Mamãe, mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar”, “Ó abre alas, que eu quero passar”…
Coordenadora Geral do Portal Terceira Idade, Pesquisadora do Envelhecimento, Pedagoga e Jornalista (API, Assoc. Paulista de Imprensa: Reg. 2152) (clique aqui para falar com a colunista)