A história que aprendemos desde crianças na escola é que no dia 7 de Setembro de 1822, próximo ao riacho do Ipiranga, D. Pedro levantou a espada e gritou: “Independência ou Morte!”.
Pouco se comenta que o povo, na época, nem sequer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte a D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou.
Estamos falando da história do Brasil, mas todos estes fatos me remetem aos dias de hoje. O nosso país continua sendo extremamente desigual, em todos os sentidos: econômico, social e político. Quem não quer ser independente, ter o direito ao seu sustento, morar, estudar, trabalhar, ter acesso a hospitais, luz e rede de esgoto? Mas, como diz um bom e velho ditado: “A liberdade não se ganha, se conquista!”.
Aparentemente, podemos ir e vir, afinal, acabou a escravidão…(!?) Mas qual é o significado da nossa independência? É possível dizer que vivemos como cidadãos livres, seja na área urbana ou rural, se ainda existem pessoas que chegam a ganhar 30 ou 50 reais por mês e usam seu dedo polegar como assinatura?
Ah, esqueci, temos a Bolsa Família, a Bolsa Escola… Estamos no ano de 2012 e, lá fora, o Brasil é visto com um país emergente. Talvez nosso maior trunfo seja sermos eternamente “o País do futuro…”
Hoje, os beneficiados, e, diga-se de passagem, muito bem beneficiados, continuam sendo os mesmos! Só mudaram de nome. Mas como isso é possível? Temos uma nova classe emergente, cheia de cartões de crédito – e dívidas com juros praticamente impagáveis. Nossa população tem celulares, TVs de plasma, acesso ao Facebook, envia torpedos! É… Acho que estou exagerando… Olha só quantas coisas mudaram!
PS 1: Você sabia que D. Pedro pagou à Portugal 2 milhões de libras esterlinas pela nossa independência, e com dinheiro emprestado?
PS 2: Cento e noventa anos se passaram e tão pouca coisa mudou…
Coordenadora Geral do Portal Terceira Idade, Pesquisadora do Envelhecimento, Pedagoga e Jornalista (API, Assoc. Paulista de Imprensa: Reg. 2152) (clique aqui para falar com a colunista)