Um novo fóssil, achado por um grupo de pesquisadores etíopes e japoneses na África (foto), coloca um novo marco na linha evolutiva do Homem. Antes deste achado, supunha-se que os primeiros hominídeos tivessem surgido há aproximadamente 6 a 7 milhões de anos atrás.
A descoberta dos restos fossilizados de uma nova espécie de macaco, o Chororapithecus abyssinicus (ou macaco abissínio de Chorora), assim batizado por ter sido achado na região de Chorora, na Etiópia central, faz recuar a data de separação evolutiva do Homem para quase 10 milhões de anos atrás.
O grupo de pesquisadores, liderado por Gen Suwa, da Universidade de Tóquio, e Berhane Asfaw, do Rift Valley Research Service, em Adis Abeba, encontrou alguns poucos dentes (foto-detalhe), depois de andar vários quilômetros pela região de Chorora sem achar nada de especial. “Era o nosso último dia de levantamentos de campo, quando nosso assistente encontrou o primeiro dente. Ele o apanhou e mostrou para mim, e eu soube que aquilo era algo novo, o primeiro grande primata fóssil da Etiópia”, relata Asfaw.
A empolgação de Asfaw é justificada. Apesar de vários hominídeos fossilizados já terem sido achados na África, raríssimos são fósseis de macacos. E é neles que está a chave para entender a sequência evolutiva que deu origem ao Homo sapiens.
A ausência de fósseis de ancestrais de gorilas e chimpanzés para comparar com os de hominídeos tem feito os cientistas basearem-se em dados obtidos por DNA para datar a origem de cada grupo. O Chororapithecus é uma das primeiras “balizas” para as datações de DNA. E mostra que elas possivelmente estão erradas. “O Chororapithecus sugere, mais uma vez, que a África é o local de origem tanto dos humanos quanto dos grandes macacos modernos”, afirmam Suwa e seus colegas.
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