Uma pesquisa realizada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pela USP (Universidade de São Paulo) revelou dados alarmantes: o número de mortes causadas por homicídios vitimou mais de 7.500 paulistanos, contra 2.860 mortos por AIDS.
Claro que esse aumento absurdo da violência em todo o Brasil se deve a vários fatores que já estamos cansados de conhecer, tais como: desemprego, fome, falta de escolas, moradia e, principalmente, a falta de uma perspectiva futura para os cidadãos brasileiros. Mas existe aí uma causa a mais, quase sempre presente em toda essa “epidemia de homicídios”: o tráfico de drogas.
Infelizmente, o maior número de traficantes e usuários de drogas está entre os adolescentes e até crianças, na sua maioria, vindas da periferia e das favelas. Afinal, eles são o alvo mais fácil de ser atingido, pois com a completa falta de direitos à escola, lazer e trabalho, esses jovens acabam encontrando no tráfico um sonho de poder consumir e existir. Obviamente acabam se viciando e, daí pra frente, matando e morrendo dentro desse círculo vicioso.
Além do combate às drogas, é importante combater o vício de uma sociedade que usa e abusa dos miseráveis para se enriquecer.
Os jovens traficantes são apenas a ponta final do iceberg. Por que será que os governantes pensam sempre em matar o “vírus”, ao invés de prevenir a doença?
Imagino que o grande entrave esteja no fato de mexer na raiz da questão, pois dar uma perspectiva aos nossos jovens, e mesmo adultos, significa criar uma sociedade onde todos venham a ter direitos e deveres também…
Ainda não temos a cura para a AIDS, mas já sabemos como prevenir e mesmo tratar o vírus para que o portador tenha uma vida mais longa e com qualidade. Quanto à cura para a violência, talvez tenhamos que esperar algum laboratório que invente uma pílula que torne mais rentável prevení-la do que simplesmente ir matando os milhares de infectados!
Coordenadora Geral do Portal Terceira Idade, Pesquisadora do Envelhecimento, Pedagoga e Jornalista (API, Assoc. Paulista de Imprensa: Reg. 2152) (clique aqui para falar com a colunista)