Manuel Francisco dos Santos – o nosso saudoso Mané Garrincha – é considerado por muitos o maior jogador de futebol de todos os tempos e o mais célebre driblador da história do futebol.
Nascido em Magé (RJ) em 28 de outubro de 1933, Garrincha – cujo apelido lhe foi dado por sua irmã, quando crianças, numa associação com o pássaro de mesmo nome, muito comum na região – foi um dos heróis da conquista da Copa do Mundo de 1958 e, principalmente, da Copa do Mundo de 1962, quando, após uma contusão de Pelé, tornou-se o principal jogador do time brasileiro.
O jogador também era conhecido como o “anjo de pernas tortas”. Sua perna direita, seis centímetros mais curta que a esquerda, era flexionada para o lado esquerdo, e a perna esquerda apresentava o mesmo desenho. Sua distrofia física pode ter sido sequela de uma poliomielite.
O craque que inspirou o poeta
Em 22 de janeiro de 1983, dois dias depois da morte de Garrincha, o Jornal do Brasil publicava uma crônica do poeta Carlos Drummond de Andrade sobre o jogador, intitulada “Mané e o sonho”.
“Se há um deus que regula o futebol, esse deus é sobretudo irônico e farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios. Mas como é também um deus cruel, tirou do estonteante Garrincha a faculdade de perceber sua condição de agente divino. Foi um pobre e pequeno mortal que ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas. O pior é que as tristezas voltam, e não há outro Garrincha disponível. Precisa-se de um novo, que nos alimente o sonho”, escreveu Drummond.
“Enquanto os gringos olhavam minha perna torta, eu ia passando por eles e fazendo meus gols”, comentou Garrincha durante uma de suas entrevistas. Confira no vídeo acima.
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