operíodo de sono preenche cerca de 1/3 de nossas vidas. Como ficamos inconscientes durante este período, temos a tendência a dar pouca importância a ele, reconhecendo somente que ele deva ter algum papel na nossa recuperação física e mental. Nós nos sentimos bem quando dormimos uma noite de sono. Porém, dormir tem muito mais utilidade para nossa saúde do que imaginamos e durante a velhice este período se torna ainda mais importante.
“O sono muda com a idade. Quando bebês, dormíamos cerca de 16 horas por dia, em intervalos diferentes ao longo do dia e da noite. Na infância, o sono se regulariza e passa a ser prioritariamente durante a noite. Os adultos jovens de hoje limitam muito o tempo de sono e preferem usá-lo para atividades sociais e para o trabalho. Entretanto, há um preço a se pagar por tal escolha e os prejuízos à saúde provocados por este hábito tendem a ser sentidos mais adiante”, explica o Dr. Ronaldo Delmonte Piovezan, Geriatra do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP), e colunista do Portal Terceira Idade.
Sono na terceira idade
Quando chegamos à terceira idade, muitas das funções do organismo não mais as mesmas. Com o sono, isto não é diferente. Passamos a dormir menos e com pior qualidade. Vamos para a cama mais cedo e acordamos mais cedo ainda, na maioria das vezes sem necessidade. Acordamos varias vezes à noite, o que é chamado de fragmentação do sono. Além disso, temos maior facilidade de cochilar durante o dia quando envelhecemos, o que nem sempre é saudável. Cochilos diurnos frequentes podem indicar alguma doença do sono ou algum prejuízo à saúde geral dos idosos.
Segundo Piovezan, o sono normal é dividido em várias fases. Algumas delas são essenciais para a recuperação física e mental. A fase 3, por exemplo, é fundamental para a boa saúde física e diminuição do risco de doenças crônicas, como hipertensão arterial, diabetes e obesidade. Esta fase diminui progressivamente com a idade. “O sono ruim também prejudica as funções cognitivas, inclusive a memória. Os idosos que dormem mal também se queixam mais de dores e de depressão”, completa.
Como a maior parte das doenças crônicas, as doenças do sono também são mais comuns com o envelhecimento. A apnéia obstrutiva do sono é mais vista entre os idosos e prejudica muito a saúde, elevando o risco de infarto, acidente vascular cerebral (derrame), problemas de memória, quedas e queixas dos cônjuges, já que se associa a presença de roncos que incomodam a pessoas que dormem próximas de seus portadores. Os sintomas de pernas inquietas e movimentos das pernas durante a noite também são mais comuns nos idosos e prejudicam a qualidade do sono de seus portadores e acompanhantes.
Participe de uma pesquisa sobre o sono
Para descobrir mais sobre o sono e a saúde no envelhecimento, o Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina promove uma pesquisa liderada pelo Dr Piovezan com idosos que tenham interesse em saber como está o seu sono ou como ele afeta a saúde nesta idade.
Estão sendo recrutadas pessoas com 60 anos ou mais para viabilizar a oferta de tratamentos melhores e mais seguros nesta faixa de idade. A participação nessas pesquisas é totalmente voluntária, confidencial e livre de qualquer custo. Além disso, os participantes passam por diversos exames complexos e detalhados, cujos resultados podem auxiliar nos cuidados a sua saúde.
Fotos/ilustrações: divulgação
Coordenadora da Campanha “Seja um Cuidador Voluntário” do Portal Terceira Idade (clique aqui para falar com a colunista)