O Portal vai à Portugal

Sou jornalista da revista ‘Mundo da Saúde’, de Portugal, e venho por este meio convidá-la a responder a 5 questões relacionadas com sexualidade na terceira idade para complementar um artigo que estamos a preparar.

– Seu nome, idade, profissão.
– Quais as razões que levam as pessoas a perder o estímulo de fazer sexo ao longo da terceira idade?
– De que forma se poderá manter a vontade e prazer sexual mesmo na terceira idade?
– Existe diferença entre homem e mulher nesta questão?
– De que forma uma conduta sexual mais activa pode ajudar a debelar outros problemas de saúde e psicológicos?

Grato pela sua ajuda,

Ricardo Manuel
Porto, Portugal

Fico muito feliz em saber que o Portal Terceira Idade está sendo visto em Portugal.

Agradeço pelo envio de suas perguntas, tanto para seu trabalho na revista ‘Mundo da Saúde’ para a qual você escreve em Portugal, bem como para o Portal, pois acredito que são muito importantes no que se refere a sexualidade na terceira idade. Espero ajudar a esclarecer um pouquinho esta questão.

– Seu nome, idade, profissão.

Meu nome é Tony Bernstein e sou pedagoga, jornalista e coordenadora geral do Portal Terceira Idade.

– Quais as razões que levam as pessoas a perder o estímulo de fazer sexo ao longo da terceira idade?

Bem, acredito que existem várias razões, desde as físicas, sejam elas hormonais, vasculares ou relacionadas a outros tipos de doenças, que dificultam a libido, além das psicológicas.

Já que hoje em dia existem vários acompanhamentos médicos e tratamentos para a menopausa, e mesmo para as questões masculinas ligadas à próstata e vascularização, acredito que o fator psicológico influencia muito.

Existe toda uma cultura que acaba levando a pessoa mais velha a achar que o sexo não faz mais parte de sua vida ou, mesmo no falecimento de um parceiro, que a pessoa deva ficar sozinha. O que com certeza não é verdade e, sim, um tabu! Sexo e amor fazem muito bem à saúde e são sinônimo de vida.

– De que forma se poderá manter a vontade e prazer sexual mesmo na terceira idade?

Estando com a saúde em dia, acredito que a relação de duas pessoas é muito parecida em todas as idades.

Manter um casamento com respeito e parceria, nunca esquecer de ser gentil e romântico(a) com a pessoa amada, cuidar dos pequenos detalhes do outro, saber de seus gostos e vontades, viajar, passear ou mesmo tomar um café juntos em algum lugar tranqüilo e charmoso, tudo isso leva o casal a estar unido e sentir prazer emocional e físico na relação.

– Existe diferença entre homem e mulher nesta questão?

Acredito que devido a cultura machista de nossa sociedade, as mulheres se sentem mais intimidadas com a questão da sexualidade e do prazer.

Porém essa é um questão que já vem de muitos anos. Assim, os homens acabam se sentindo como na sua juventude, “garanhões”, e acham que o sexo é uma maneira de mostrar a virilidade. Tudo isso devido a moral machista de nosa sociedade.

Mas se um casal está bem afinado e ambos são bons companheiros, aí não irá existir diferença na busca do prazer e do amor, seja para o homem ou a mulher.

– De que forma uma conduta sexual mais activa pode ajudar a debelar outros problemas de saúde e psicológicos?

Bem, todos nós, mesmo na juventude, vivemos melhor e mais felizes quando temos um parceiro(a) que amamos e nos faz sentir seguros e de bem com a vida.

Assim, mesmo numa fase mais madura da vida, é importante estar de bem com a vida, com seu corpo, e se sentir amado e amando. As pessoas ficam mais felizes e, com certeza, isso dimimui a depressão e evita doenças relacionadas ao stress, a baixa estima e a solidão.

A partir do momento que entedemos que sexo, prazer e amor estão juntos, todas as questões morais, culpas e confusões desaparecem.

A vida é bela em todas as idades e, mais ainda na terceira idade, se soubermos usar nossa experiência adquirida ao longo dos anos e vivermos cada vez mais buscando o amor e compreensão para com o outro e para com o mundo.

Ricardo,
Espero tê-lo ajudado a compor sua matéria na Revista “Mundo da Saúde” de Portugal.

Abraços,
Tony Bernstein