Há muito tempo foi criado um movimento chamado TFP (Tradição, Família e Propriedade). Anos atrás, essas pessoas saiam no centro de São Paulo, carregando bandeiras, vestidas de roupas cinza, todos com caras e gestos iguais. Sempre me assustava ao vê-los.
Bem, eles pregavam, e pregam até hoje, de uma maneira extrema e radical, o conceito de que só devemos olhar para a nossa família, seguir as tradições mais arraigadas possíveis, cheias de preconceito e ignorância e nunca dividirmos o que é nosso com ninguém!
Claro que as pessoas mais esclarecidas, a mídia e a sociedade democrática condenam este movimento e os trata como “loucos e extremistas”.
Partindo deste pressuposto, acho muito estranho que a maioria das pessoas tidas como “normais” e conscientes do fato de que vivemos em uma sociedade e, naturalmente, isso significa conviver com o seu próximo, continuem tendo posturas egoístas e mesquinhas no dia a dia. Desde o simples fato de não ajudar um vizinho, um parente ou mesmo um amigo em algum momento difícil, quanto mais um estranho.
Aí, reclamamos do governo que não é justo, das leis “ilegais”, do abuso do poder. Faltam remédios nos postos públicos, albergues para os desabrigados, as escolas públicas não ensinam como deveriam, o tráfico de drogas corre solto, as favelas se multiplicam, etc, etc, etc…
Fica então uma pergunta no ar: “Quem é o ovo e quem é a galinha?”
PS: Gandhi já dizia: “Cada povo tem o governo que merece”.
Coordenadora Geral do Portal Terceira Idade, Pesquisadora do Envelhecimento, Pedagoga e Jornalista (API, Assoc. Paulista de Imprensa: Reg. 2152) (clique aqui para falar com a colunista)