O governo concedeu, no último dia 15 de junho, reajuste de 7,72% para os aposentados e pensionistas do INSS que ganham acima de um salário mínimo, contrariando a equipe econômica do governo. Lula, no entanto, vetou o fim do fator previdenciário (veja explicação sobre o fator em ´mais sobre o assunto´, abaixo).
O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. “O impacto sobre as contas públicas será de R$ 1,6 bilhão neste ano. Para manter o equilíbrio fiscal, haverá cortes em custeio e emendas parlamentares”, disse o ministro.
De acordo com o ministro da Previdência, Carlos Gabas, os aposentados vão começar a receber o reajuste já a partir de julho e, em agosto, deve haver pagamento da diferença referente aos meses anteriores.
Desde janeiro eles vinham recebendo 6,14% de reajuste. Os deputados e as categorias de classe, no entanto, não ficaram satisfeitos, e propuseram o índice de 7,7%, correspondente à inflação do ano passado mais 80% do crescimento do PIB. A proposta de aumento de 7,7% para os aposentados foi aprovada pela Câmara e pelo Senado.
O reajuste foi concedido aos que recebem acima do mínimo. Mas e os que ganham até um mínimo?
Apesar do reajuste de 7,72% dado aos aposentados e pensionistas que recebem mais de um salário mínimo, o ganho real acumulado nos últimos 15 anos por esses beneficiários foi muito inferior ao dos que recebem a aposentadoria mínima.
Segundo dados da Previdência Social, nos último 15 anos, os beneficiários que recebem acima de um salário mínimo tiveram um reajuste real – descontada a inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) – de 26,8%, já considerando o aumento de 7,72%.
Enquanto isso, os aposentados com benefícios de um salário mínimo (hoje fixado em R$ 510) tiveram um reajuste real de 121,76% desde 1995.
De acordo com os dados da Previdência, das 27,3 milhões de aposentadorias pagas, 8,3 milhões pessoas recebem um valor superior ao salário mínimo, o que representa 30,14% do total. O valor médio dos benefícios pagos pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) é de R$ 684,39.
Coordenadora de redação e interatividade do Portal Terceira Idade (clique aqui para falar com a colunista)