O filme, baseado no clássico homônimo da literatura espírita brasileira, psicografado pelo médium brasileiro Chico Xavier, conta a história da “vida após a vida”, do ponto de vista do médico André Luiz, após sua morte, numa “colônia espiritual”, espécie de cidade onde se reúnem espíritos para aprender e trabalhar entre uma encarnação e outra.
André Luiz (Renato Prieto), quando jovem, aproveitou ao máximo tudo o que a vida podia lhe oferecer. Depois de formado, tornou-se um médico com certo orgulho em sua estima. Esposo atencioso, pai carinhoso, mas errante em algumas atitudes.
Assim que acorda da vida após a morte, se depara no imaginário Umbral, lugar denso e sombrio onde moram espíritos viciosos e suicidas, “espíritos inferiores”, por assim dizer. Ao entender que só sairia dali por misericórdia divina, começa a pedir por ajuda espiritual, a tão esperada chegada do socorro, em um clarão de luz.
A partir daí, André é levado para o Nosso Lar, com o intuito de curar as feridas que fizera em sua longa estadia no Umbral. Conforme sua melhora, André vai conhecendo os diversos ‘ministérios’ existentes na cidade espiritual: da regeneração, do auxílio, da comunicação, do esclarecimento, entre outros.
À medida que vai evoluindo espiritualmente, André se torna um grande instrumento na cidade. Quando se dá conta de que está desencarnado, ele sente uma imensa vontade de visitar seus entes queridos na Terra. Durante sua breve volta, lida com uma situação nada fácil, a qual enfrenta com muita sabedoria, fazendo apenas o bem e seguindo a verdade, como aprendeu em Nosso Lar.
“Compelido a destruir meus castelos de exclusivismo injusto, senti que outro amor se instalava em minha alma”, diz André, numa das cenas, agora um homem diferente daquele do início do filme. André Luiz é um exemplo dignificante de auto-reforma e de como a evolução espiritual traz intensos e multiplicados momentos felizes para todo aquele que ajuda ao próximo.
Bem, meus caros leitores, faço, agora, uma crítica pessoal, só que direcionada aos críticos de cinema da imprensa em geral.
Rotulando “Nosso Lar” dentro do gênero “fantasia”, alguns críticos ridicularizaram o filme, perguntando-se “onde colocaram tanta verba no filme?…”, numa crítica ao figurino, o cenário e até a trilha sonora. Algo tão grandioso para a indústria cinematográfica brasileira como este filme não poderia ser tratado assim, sem contar o incrível elenco. Fica, aqui, então, o meu protesto.
Curiosidade:
O filme registrou a melhor bilheteria na estréia desde os anos 1990. No primeiro final de semana, o título faturou 6,2 milhões de reais. Cerca de 3,5 milhões de pessoas já assistiram ao filme em todo o país.
Serviço:
“Nosso Lar”, Brasil, 2010, 110 min, Cor
Gênero: Drama
Direção: Wagner de Assis
Roteiro: Wagner de Assis, baseado no livro homônimo de Chico Xavier
Com: Renato Prieto, Othon Bastos, Ana Rosa, Paulo Goulart, Werner Schünemann, Fernando Alves Pinto, Rodrigo dos Santos, entre outros
Trilha Sonora: Philip Glass
Classificação etária: Livre
Em exibição nos cinemas
Psicólogo, Cinéfilo, participa de ONGs em defesa dos animais (clique aqui para falar com o colunista)