A educação em nosso país tem sido um problema grave ao longo de décadas. A cada ano que passa, a evasão nas escolas públicas aumenta cada vez mais. O aluno começa a estudar e depois, devido a problemas de falta de estrutura familiar e financeira, acaba saindo da escola, mesmo antes de acabar o primeiro semestre.
Tudo bem, esse fato já se tornou mais do que corriqueiro. Porém, já há um bom tempo, vem acontecendo, também, uma evasão escolar por parte dos professores, situação que a mídia pouco comenta.
Dados recentes indicam que são dadas 92 licenças por dia a professores da rede pública, por estresse, crises nervosas e medo dos alunos. O que soma um total de 70% de licenças no Estado de São Paulo, já no primeiro semestre deste ano.
Quando uma criança pequena não quer ir à escola no primeiro dia de aula, isso é mais do que normal. Ou adolescentes que “matam” as aulas para ir ao cinema, tudo bem. Mas os professores estarem com medo de ir à escola, aí a coisa é grave!
“Eu não quero mais voltar para a sala de aula”, diz Nadia de Souza, 54 anos, professora de história. Ela foi ameaçada de morte por um aluno e diz ter sido ameaçada outras quatro vezes, atingida por urina e quase atingida por uma carteira jogada do terceiro andar da escola que lecionava. Hoje, Nadia está afastada, com depressão profunda e sem sair de casa há mais de um ano.
Bem, quem é o réu e quem é a vitima? Os governantes vivem falando em capacitar mais os professores, dão merendas, uniformes, até “Bolsa Família”, se a criança for à escola.
Mas e no dia a dia, nas ruas, nas periferias, onde as drogas rolam soltas? As famílias destes alunos estão desestruturadas devido à falta de emprego, moradia, saúde, valores humanos, etc. Como é possível esperarmos que uma criança ou um jovem que vive este esta realidade se comporte como um ser civilizado, dentro de uma sala de aula, se ele não é considerado um ser humano fora dela?
Enquanto isso não mudar, a barbárie vai continuar atingindo a todos nós, réus e vítimas.
Coordenadora Geral do Portal Terceira Idade, Pesquisadora do Envelhecimento, Pedagoga e Jornalista (API, Assoc. Paulista de Imprensa: Reg. 2152) (clique aqui para falar com a colunista)