Mudanças comportamentais da última década têm permitido que um maior número de idosos busque aconselhamento e tratamento para suas eventuais disfunções sexuais. Nesta fase, a função sexual pode ser comprometida, principalmente pelas mudanças fisiológicas e anatômicas produzidas pelo envelhecimento.
Mas tais mudanças devem ser distinguidas das alterações patológicas causadas por diferentes doenças ou pelo próprio tratamento para combatê-las.
A chegada do envelhecimento físico pode vir junto com a falta de desejo sexual, estando ligada ao fator psicológico ou à diminuição da produção do hormônio sexual masculino. Porém, estudos médicos demonstram que a maior parte das pessoas de idade avançada é perfeitamente capaz de ter relações sexuais e de sentir prazer nas mesmas atividades às quais se entregam as pessoas mais jovens.
A velhice é uma definição social. Um ‘velho’ é aquele que a sociedade diz que é um velho. Da mesma forma que caracteriza um adolescente ou um adulto pela idade, a sociedade atribui certos papeis e responsabilidades sociais ao idoso.
A partir daí, são construídas muitas crenças erradas sobre a vida social e sexual do idoso. Na mente das pessoas, a velhice é um período de redução de capacidades e de deterioração, física e psíquica. Mas não é verdade. Uma pessoa idosa pode ter menos vigor sexual, mas pode aumentar a sua capacidade de ternura e carinho para com o outro.
Não há como negar que, com o passar dos anos, a tendência é a piora do desempenho nas relações sexuais, sobretudo, se comparada com a adolescência. Mas a questão vale a reflexão.
A fantasia de cada um é determinada pelo seu desejo, objeto e escolha sexual. Com o tempo, o modo de expressar o desejo e a sexualidade se modifica, uma vez que os valores e o investimento nas relações também mudam. Assim, fantasia e desejo se sustentam de forma cada vez mais complexa, ganhando importante papel na mudança das relações sexuais.
O mito é pensar que o desencontro sexual e amoroso seja uma condição da velhice. Ele permeia nossa vida cotidiana e isso não é por falta de relações sexuais efetivas. A prova disso é que também muitos jovens se abstêm de relações sexuais, ainda que a anatomia não tenha passado pelo processo de envelhecimento.
Dessa forma, não é a velhice que determina a ausência do desejo ou a diminuição das relações sexuais, mas é a própria complexidade do desejo que impõe novas cores para tecer a sexualidade na velhice.
Redação do Portal Terceira Idade (clique aqui para falar com a equipe de redação do Portal Terceira Idade)