Recentemente, os jornais e a TV noticiaram incidentes envolvendo complexos comerciais e industriais, interditados devido à presença indesejada do gás metano, encontrado em concentrações perigosas naqueles locais.
Nesta coluna, pretendo explicar um pouco sobre este famigerado gás, que é também conhecido como gás metano, gás natural, gás dos pântanos e até grisu. Como se não bastassem tantos nomes, a indústria lhe atribui-lhe, também, o nome de gás veicular natural.
Origem de todas as formas vivas
Menor e mais simples das fórmulas estruturais da matéria orgânica, o metano é, possivelmente, a “semente”, a origem de todas as estruturas da química orgânica e da vida.
O gás metano está em toda parte e em todo lugar, desde os intestinos dos mamíferos até o interior de uma mina. Onde houver matéria orgânica se decompondo na ausência de oxigênio (decomposição anaeróbia), haverá a presença de maior ou menor concentração deste gás.
Sendo muito mais leve do que a mistura de gases que compõem a atmosfera, tão logo é gerado, sobe para as camadas mais altas da atmosfera, sendo um dos inimigos da camada de ozônio, escudo protetor que nos protege dos raios ultravioleta. Só para se ter uma ideia, o metano é 21 vezes mais prejudicial ao meio ambiente que o gás carbônico. Por isso, é recomendável que ele seja incinerado antes de ser liberado para atmosfera.
Aterros sanitários
O metano é inflamável, tem ação asfixiante e capaz de provocar explosões quando concentrado em locais fechados, mas não é tóxico. O metano é inodoro e queima sem produzir chama visível.
Se o metano não fosse mais leve que os gases atmosféricos, ele ficaria nas camadas mais baixas da atmosfera e, quando houvesse saturação de metano, tudo a sua volta explodiria, transformando-se numa bola de fogo momentânea, mas repetitiva a cada saturação, inibindo a vida sobre o planeta.
Devido à geração do metano nos aterros sanitários, não é recomendável nenhuma construção nestes locais porque o lixo ali soterrado é capaz de gerar metano por um período de até quinhentos anos. As camadas de lixo são inconstantes e cedem permanentemente, comportando-se como matéria viva, liberando, entre outros gases, o metano.
Por isso, ao passar por uma vaca pastando ou visitar um shopping construído sobre um aterro sanitário, fique atento: gás metano pode estar sendo expelido…
Totus Tuus, Maria
Engenheiro Químico e Especialista em Gestão de Tecnologia Ambiental (o colunista faleceu em 2012) (mensagens enviadas a este colunista serão respondidas pela Redação do Portal Terceira Idade)