dados divulgados no último dia 10 de janeiro pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República mostram que denúncias de de abusos contra idosos aumentaram 199% em 2012 em relação ao mesmo período de 2011.
Preocupada com a violência que ainda é praticada contra a pessoa idosa no Brasil, a escritora Aída Gliksman de Shor (foto), que acaba de lançar seu mais recente livro, intitulado “Estudos sobre a Maturidade”, passou a apoiar a Campanha “Diga não à violência contra o idoso – Denuncie!”, do Portal Terceira Idade.
A autora está doando parte da renda obtida com a venda dos primeiros dois mil exemplares do livro para o Portal.
Desde a sua criação, a campanha recebe centenas de denúncias enviadas pelos internautas do Portal – que podem ser anônimas –, relatando abusos contra idosos em todo o Brasil, muitas vezes praticadas por pessoas ligadas à própria família.
Sobre o livro
Além da função educativa e esclarecedora, “Estudos sobre a Maturidade” apresenta ao leitor uma ampla diretriz sobre como se preparar para a terceira idade nos dia de hoje. Aspecto ignorado por muitos no Brasil, a prevenção adulta nos alerta sobre a questão de como queremos ser e estar nos próximos anos, diante de uma expectativa de vida cada vez mais longa, adquirida graças aos recursos da medicina, informação e estilo de vida atual.
Mercado Livre apóia a campanha do Portal
Desde agosto do ano passado, o Portal Terceira Idade passou a fazer parte do grupo de ONGs parceiras do Mercado Solidário, projeto de Responsabilidade Social do Mercado Livre, 10º site de comércio eletrônico mais acessado do mundo e líder no varejo online na América Latina*, com mais de 77 milhões de usuários cadastrados.
Desse modo, o Portal passa a oferecer um meio fácil e seguro para a venda dos livros aos seus internautas. Veja, no final da matéria, como acessar a página do livro “Estudos sobre a Maturidade” no Mercado Solidário.
Entrevista
Em entrevista exclusiva ao Portal, a autora conta o que a levou a escrever o livro e como ela se sentiu durante o processo de criação:
Portal Terceira Idade: Porque a Sra. escolheu esse tema para editar o seu primeiro livro?
Aída Gliksman de Shore: No final de 1992, eu quis trazer para São Paulo a ideia de uma universidade para a 3ª idade, mas com cursos de graduação. Nessa época, quando despontavam os primeiros cursos de “Universidade Aberta para a Terceira Idade” promovidos pelas universidades paulistas, iniciei as pesquisas sobre a educação continuada em outros países, mas, depois de algum tempo, arquivei o projeto por falta de apoio. Naquela época, não havia visão e compreensão do que isso representaria hoje.
No início de 2011, conversando com a minha editora, falei sobre as pesquisas sobre a maturidade que havia guardado. Ela quis ver e me incentivou a publicar o livro.
Portal: Como a Sra. se sentiu durante o processo de criação e quais foram as suas dificuldades?
Aída Shor: O meu desejo era ajudar os meus contemporâneos a terem uma vida produtiva, a realizarem seus objetivos pessoais. Muitas pessoas isolam-se depois de certa idade, sentem-se desajustados, ainda têm sonhos, mas não vêem meios de alcançá-los. Sinto que, como eu, muitos idosos gostariam de dar vazão ao seu potencial criativo e intelectual.
Portal: Depois de toda essa pesquisa, quais são as perguntas que ficaram sem respostas?
Aída Shor: A principal é por que, quando somos mais jovens, sempre achamos que a velhice não nos atinge? E por que, apesar de todas as estatísticas que mostram o envelhecimento da população mundial e de todas as perspectivas de uma população madura e ativa num futuro próximo, ainda há que se procurar quem se interesse em promover iniciativas que preparem o terreno para esse novo momento? Será que conseguiremos a atenção da sociedade para esse novo mundo maduro e experiente, que ainda pode produzir, mas que também requer cuidados especiais como a acessibilidade e carga horária diferenciada, por exemplo?
Portal: Após todo o seu estudo, qual o recado que a Sra. daria para o idoso de hoje?
Aída Shor: Nunca se isole. Procure sempre um meio para fazer o que sente que deve fazer. Aquilo que deixou de fazer antes – porque estava cuidando da família ou por qualquer outro motivo – poderá ser feito hoje, agora. Vá em frente, busque a realização de seus próprios sonhos, mesmo que adaptados para o momento atual.
Jornalista pela Unimar (Universidade de Marília) e autora do livro ‘Vivendo’ (clique aqui para falar com a colunista)