Hoje, a Doença de Alzheimer pode ser considerada uma verdadeira epidemia e, por isso, medidas preventivas para minimizar o risco estão finalmente sendo colocadas em prática, como é o caso do PPA – Projeto Prevenção Alzheimer.
Atualmente, existem resultados preliminares de estudos clínicos que demonstram que certas ações podem efetivamente minimizar o risco. Se compararmos as medidas clínicas que são tomadas na prevenção de doenças cardiovasculares, como a prática de atividades físicas, controle da pressão arterial e do colesterol, etc., sabe-se que elas, por si só, não evitam totalmente essas enfermidades, porém, é comprovado que minimizam a ocorrência, como no caso, do infarto do miocárdio e do acidente vascular cerebral.
No dia 30 de outubro de 2012, participei na cidade de Monte Carlo, Mônaco, do Congresso “Clinical Trials on Alzheimer’s Disease” (Estudos Clínicos sobre a Doença de Alzheimer).
O evento foi liderado pela equipe do Dr. Bruno Vellas, que apresentou à comunidade científica de diferentes países resultados recentes de um grande estudo de prevenção, o MAPT (Multidomain Alzheimer Preventive Trial).
A pesquisa envolveu cerca de 2 mil idosos com mais de 70 anos de idade. O estudo foi desenhado para acompanhar os casos durantes 3 anos, e, após um ano de pesquisa, os resultados apresentados são muito positivos.
Demonstrou-se que uma intervenção abrangente, que envolve uma série de ações integradas, foi efetiva, melhorando a cognição, diminuindo o grau de dependência, além de aumentar significativamente a atividade cerebral em cerca de 30% dos participantes.
O novo estudo trás consigo forte estímulo para que outros projetos similares sejam adotados, abandonando-se o conformismo vigente atual na orientação e conduta médica voltada aos aspectos preventivos da DA (Doença de Alzheimer).
Projeto de Prevenção Alzheimer – PPA no Brasil
O PPA foi desenhado em minha clínica para acompanhar todas as pessoas interessadas em minimizar o risco e/ou detectar imediatamente o início da doença, assim como atender e acompanhar pessoas com queixa de memória, Declínio Cognitivo Leve (DCL) e também pacientes em fases iniciais da DA. O projeto, além de resultar em benefícios imediatos á saúde e qualidade de vida, trás consigo uma intervenção racional na tentativa de minimizar o risco da DA.
O projeto atende os filhos e parentes de portadores de DA, e pessoas que possuem o fator potencial de risco geneticamente determinado pela genotipagem da ApoE. O gene ApoE é um fator de risco importante para Alzheimer e portadores de ApoEε4 apresentam maior risco. O DNA é extraído de amostras de mucosa oral em coleta simples e indolor.
O projeto consiste em avaliações, como:
– Consulta Médica Especializada
– Cognitiva e Funcional
– Nutricional
– Laboratorial
– Eletrocardiograma
– Ressonância Nuclear Magnética
– Ecodoppler de carótidas e vertebrais
– Genotipagem de Apolipoproteína E (Gene ApoE) com identificação dos alelos ε2, ε3 e ε4.
As intervenções são pluridisciplinares, envolvendo:
– Acompanhamento médico periódico
– Orientação nutricional personalizada
– Estimulação e reabilitação cognitiva
– Programa de atividade física regular
– Programação de atividades socioculturais.
O PPA é indicado também para retardar a evolução dos portadores de Declínio Cognitivo Leve (DCL), como também para pacientes na fase inicial da doença. Até a próxima!
Médico Especialista em Geriatria e Gerontologia (CRM SP 22173), Fundador da Ass. Brasileira de Alzheimer (ABRAz), Ex-Presidente Nacional da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e Diretor Científico do PPA – Projeto Prevenção Alzheimer (o colunista faleceu em 2022) (mensagens enviadas a este colunista serão respondidas pela Redação do Portal Terceira Idade)