No dia 7 de abril, o Brasil e mais 190 países membros da Organização Mundial de Saúde (OMS), celebram o Dia Mundial da Saúde (World Health Day, no título original em inglês). A data foi criada em 7 de abril de 1948, pela OMS, fundamentada no direito do cidadão à saúde e na obrigação do Estado em promovê-la.
Um dos fatores que merecem mais atenção com relação à saúde é o fato de a população mundial estar envelhecendo rapidamente. Em poucos anos, já haverá no mundo mais pessoas acima dos 60 anos do que crianças menores de cinco, informou a OMS.
“Muitas pessoas ainda acreditam que isso só diga respeito aos países ricos e que seja uma preocupação restrita à Europa e ao Japão. Mas isso não é verdade. Atualmente, os países com renda baixa e média são os que passam pelos processos de envelhecimento mais rápidos. Em 2050, haverá 2 bilhões de pessoas idosas no mundo, e 80% delas viverão em países que atualmente classificamos como emergentes ou em desenvolvimento”, alerta John Beard, diretor do Instituto para Envelhecimento e Planejamento de Futuro da OMS em Genebra, na Suíça.
Hoje, o Brasil tem aproximadamente 23 milhões de idosos – segundo o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estatísticas apontam que, em 2025, serão 64 milhões e, em 2050, um em cada três brasileiros será idoso.
Na verdade, a notícia pode ser considerada boa, pois significa que a expectativa de vida e o bem-estar da população estão aumentando em termos globais. Entretanto, a idade avançada é comumente vista como um efeito colateral do desenvolvimento socioeconômico.
De acordo com atual diretora-geral da OMS, Margaret Chan (foto), os países estão conseguindo progressos enormes no que tange ao prolongamento da vida. “Porém, envelhecer não basta. Seria preciso dar um passo adiante. É necessário preencher os anos adicionais com qualidade de vida. As pessoas de todo o mundo têm o direito de envelhecer com boa saúde”, enfatiza.
Países ricos e países pobres ou em desenvolvimento
Estudos recentes sobre o assunto mostram que, em todo o mundo, os idosos morrem hoje das mesmas doenças. “Até mesmo nos países pobres, as causas de morte e invalidez mais comuns são doenças não infecciosas. Não se trata mais de doenças infecciosas ou problemas gastrointestinais. O que mais preocupa hoje são as doenças cardiovasculares, acidentes vasculares, demência e infecções respiratórias”, afirma Beard.
O tratamento de tais problemas de saúde é geralmente simples e barato. Além disso, muitas das doenças podem ser evitadas com um estilo de vida saudável. Mesmo assim, nos países em desenvolvimento morrem quatro vezes mais pessoas das chamadas “doenças do estilo de vida” do que nos países ricos. A razão é a falta de cuidados médicos básicos.
Para Beard, as mudanças demográficas deveriam trazer consigo uma nova maneira de pensar o envelhecimento da população. “Estatisticamente, uma pessoa é considerada velha aos 60 anos. Mas, no Ocidente, pessoas de 60 anos não são mais consideradas velhas. E, no decorrer do século, espera-se que 60 anos sejam considerados meia-idade”, considera. “Ser velho é o novo padrão de normalidade”, completa Chan.
Coordenadora Geral do Portal Terceira Idade, Pesquisadora do Envelhecimento, Pedagoga e Jornalista (API, Assoc. Paulista de Imprensa: Reg. 2152) (clique aqui para falar com a colunista)