Em quase todo o Brasil, avançou em 2012 a presença nos domicílios de bens duráveis, entre eles, os eletrônicos. Casas com TV, aparelhos de DVD, computador, carro e moto, mas sem esgoto e coleta de lixo.
Dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), doIBGE, mostram que, enquanto no país avança a presença nas residências de bens duráveis, como eletrônicos, boa parte dos Estados fica paralisada – ou até regride – em serviços como água, esgoto e coleta de lixo.
Um dos maiores entraves, ainda, é a rede de esgoto. Ao todo, 11 Estados recuaram no acesso a este serviço. No Piauí, o percentual de casas com acesso à rede foi de 4% para 2,8% – queda de 29%.
“Há um avanço, mas muito aquém do que o país precisa. O governo tem meta de universalizar o serviço em até 20 anos. Se continuar assim, é impossível”, diz Édison Carlos, presidente do instituto.
O problema se repete na coleta de lixo. “Os municípios não têm mostrado capacidade de recolher e destinar adequadamente tudo. E os problemas estão se agravando”, diz Maria Vitória Ferreira, coordenadora da agenda ambiental da Universidade de Brasília.
Neste cenário desastroso devido a inconsequente administração de nossos governantes, surge um outro cenário surrealista… Jorge Alessandro de Souza vive em frente a um igarapé no bairro São Jorge, na zona oeste da capital do Amazonas. O lixo se acumula nas margens do canal, não há coleta de esgoto e a iluminação é precária.
Porém, na sua garagem, uma lona escura esconde um sonho antigo: o carro que ele comprou em fevereiro passado. Dentro de sua casa, há geladeira, televisão e outros eletrodomésticos, todos novos… Será que esta situação pode levar alguém em sã consciência a dizer quevivemos em um país emergente?
Bem, deixando de lado estes pequenos detalhes do dia a dia e dando para ver a Copa e a novela das oito, parece que está tudo bem por aqui…
PS: Será que já estão vendendo “rede de esgoto” nas Casas Bahia?
Coordenadora Geral do Portal Terceira Idade, Pesquisadora do Envelhecimento, Pedagoga e Jornalista (API, Assoc. Paulista de Imprensa: Reg. 2152) (clique aqui para falar com a colunista)