Em 1925, em Limoeiro, uma pequena cidade do interior de Pernambuco, um menino, com apenas 8 anos de idade na época, já era fã das big bands americanas, que ouvia através de rádios de ondas curtas. Aos 12 anos fez seu primeiro arranjo e, aos 16, iniciou sua carreira artística tocando clarinete e fazendo arranjos para a banda da cidade de Ingá, para onde a família se mudara. Sua fama se espalhou e, em 1936, foi convidado para integrar a banda da Polícia Militar de João Pessoa, para onde se mudou.
Foi assim que começou a história do precoce e talentoso músico Severino Araújo (foto) que, naquele mesmo ano, estreou como saxofonista na Orquestra Tabajara – criada em 1934 pelo maestro holandês Oliver Von Schostten, em João Pessoa, na Paraíba.
Em 1938, Severino assumiu o comando do grupo, levando seus irmãos, o trombonista Manuel, o baterista Plínio, e os saxofonistas Zé Bodega e Jaime Araújo. Não demorou muito para a Orquestra Tabajara tornar-se a mais popular orquestra de baile do Nordeste.
Reconhecimento nacional
Em 1945, o grupo mudou-se para o Rio de Janeiro. O mundo recuperava a esperança com o fim da Segunda Guerra Mundial e era o auge da popularidade das big bands. O Rio era a capital do país e o centro da produção cultural. Logo a orquestra alcançava reconhecimento nacional ao emprestar sotaque musical brasileiro às interpretações de músicas de Benny Goodman, Tommy Dorsey e Glenn Miller, algumas das maiores influências do maestro.
Ao longo de seus 80 anos de existência, a Orquestra Tabajara gravou mais de 300 discos – 100 deles em 78 rotações –, acompanhou cantores famosos como Francisco Alves e Orlando Silva, ganhou participação especial na minissérie ‘Anos Dourados’ (1986; TV Globo), além de ter realizado diversas apresentações no exterior.
Severino Araújo, autor do choro ‘Espinha de Bacalhau’, uma de suas composições mais conhecidas, comandou a orquestra por 74 anos, até 2006. O maestro faleceu no Rio de Janeiro, em 3 de agosto de 2012, aos 95 anos de idade. Hoje, a orquestra toca sob a batuta de seu irmão, Jayme Araújo.

Coordenadora Geral do Portal Terceira Idade, Pesquisadora do Envelhecimento, Pedagoga e Jornalista (API, Assoc. Paulista de Imprensa: Reg. 2152) (clique aqui para falar com a colunista)