Quem é que já não varreu a casa só “por onde o padre passa”? Eu já! É muito comum deixarmos a as complicações e a sujeira de nossa vida, casa, escritório, em baixo do tapete…
Mais do que nunca, falamos em reciclagem, palavra de ordem de nossos tempos: “recicle sacolas plásticas, preserve o meio ambiente, tome um banho rápido, não deixe a luz acessa ao sair”. Tudo isso é muito bom, porém, continuamos limpando só os cantinhos…
O dia 2 de agosto deste ano marcou o fim dos quatro anos concedidos pela Política Nacional de Resíduos Sólidos para os municípios erradicarem os lixões. Dos 5.565 municípios do país, 3.344 não cumpriram a lei. O resultado é a contaminação do ar, do solo e do subsolo. Existem cerca de 400 mil catadores no Brasil. Parte deles trabalha – e até mora – em lixões, sofrendo frequentes acidentes e doenças. Muitas prefeituras pediram ao governo federal o adiamento, por oito anos, da exigência de pôr fim aos lixões.
Infelizmente, no Brasil, prevalece o entendimento equivocado de que lixão se substitui apenas por aterro. A diretriz maior da Política Nacional de Resíduos Sólidos é adotar a reciclagem de forma intensiva e utilizar o aterro só em último caso. Segundo o Banco Mundial, a reciclagem poderia elevar o PIB do Brasil em U$ 35 bilhões e poupar 10 mil Gigawatt-hora por ano.
Os resíduos secos – papel, plástico, vidro, latas de alumínio e de aço –, cerca de 30% dos resíduos domiciliares, são reaproveitados há décadas pelas indústrias, pois geram grande economia de energia, água e controle ambiental, substituindo matérias-primas virgens, muito mais caras. Uma cidade de 100 mil habitantes pode obter R$ 4,8 milhões por ano, só com a venda dos resíduos secos. E a central de reciclagem pode valorizar essas matérias-primas, principalmente plásticos, produzindo os mais variados utensílios. Sem falar na compostagem do lixo orgânico, reutilização e tratamento da água, produção de adubo, etc, etc…
PS 1: País rico é país sem lixão!
PS 2: Adubando dá…
Coordenadora Geral do Portal Terceira Idade, Pesquisadora do Envelhecimento, Pedagoga e Jornalista (API, Assoc. Paulista de Imprensa: Reg. 2152) (clique aqui para falar com a colunista)