Celulares cada vez mais sofisticados, TVs com imagem HD, internet sem fio, carros enormes que estacionam sozinhos, aparelhos para diagnósticos médicos computadorizados… Não há dúvidas, vivemos numa sociedade moderna!
Só um pequeno detalhe: qual o preço disso tudo? Dá para falar em um celular sem se preocupar com o valor absurdo de cada minuto? E a TV a cabo, dá para pagar? A gasolina está mais cara do que nunca, exames médicos estão até parcelando no cartão de crédito – quando você tem o cartão e o crédito…
Mas como assim? O Brasil está, agora, acima da linha da pobreza! Já estão levando água, luz e esgotos para todos os cantos do País. Ah, e o ‘Bolsa Família’? Todos querem, todos precisam.
Falando em bolsa… Vi uma pequena chamada no jornal, a qual, de início, achei que era uma piada, mas, no país da piada pronta, vi que era verídico! Um homem tentou pagar uma garota de programa com um cartão do ‘Bolsa Família’, em Itapetinga (BA). Também não tinha dinheiro para pagar pela diária do motel. O caso foi parar na polícia, pois o cliente deixou como garantia um toca-CD e o Cartão do Trabalhador, emitido pela Caixa para consultas e saques do FGTS e outros benefícios. “Ele voltou na madrugada e pagou os 58 reais”, relata Paulo, funcionário do motel. “A garota de programa ficou no prejuízo”, completa.
E assim caminha a humanidade… Claro que o ‘Bolsa Família’ é um auxílio importante para milhões de brasileiros – que não recebem a vara para pescar e continuam dependendo do pequeno peixe que lhes é dado no final do mês. Porém, se insistirmos em manter milhões de pessoas sem acesso à informação, infraestrutura local e profissional, bem como escolas básicas e técnicas, nunca um brasileiro abaixo – ou supostamente acima – da dita “linha da pobreza” se tornará um cidadão digno de respeito a si próprio e muito menos à comunidade em que vive.
PS 1: Política imediatista, um sonho de consumo sem pé nem cabeça!
PS 2: Com que bolsa eu vou?
Coordenadora Geral do Portal Terceira Idade, Pesquisadora do Envelhecimento, Pedagoga e Jornalista (API, Assoc. Paulista de Imprensa: Reg. 2152) (clique aqui para falar com a colunista)