Enquanto o envelhecimento da população – com o consequente aumento dos gastos com benefícios sociais – preocupa o governo, para o setor privado, a situação tornou-se favorável. Empresas que oferecem produtos e serviços para pessoas com mais de 50 anos têm passado à margem da estagnação econômica vivida pelo Brasil.
Dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) mostram que fabricantes de medicamentos, produtos de beleza, higiene pessoal, telefonia – e tudo o que se relacione à saúde e ao bem-estar – têm registrado expansão média entre 10% e 15% ao ano, ritmo que deve ser mantido nas próximas décadas, acompanhando a mudança etária dos brasileiros. Não por acaso, as empresas estão inovando e oferecendo produtos cada vez mais voltados a esse público.
Segundo a Abihpec, a expectativa é que, entre 2010 e 2015, o faturamento do setor quase dobrará: de R$ 27,3 bilhões para R$ 50 bilhões. Por conta disso, os investimentos no aumento da oferta de mercadorias também saltará, de R$ 9,3 bilhões para R$ 20 bilhões ao ano. O Brasil é o segundo mercado para produtos de beleza do mundo, perdendo apenas para os EUA.
Poder de compra
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, a expectativa média de vida ao nascer está em 74,9 anos para homens e mulheres. Entre 2015 e 2030, a participação dos brasileiros com 65 anos ou mais na população saltará de 7,9% para 13,4%. Beneficiados pelo processo de ascensão social, as pessoas com mais de 50 anos gastam, por ano, R$ 1,1 trilhão, 34% do consumo total da população, conforme estimativas de mercado.
Uma boa notícia para o consumo dos mais velhos: segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), a inflação entre eles tem subido menos do que a média geral, o que impulsiona seu poder de compra.
Jornalista pela Unimar (Universidade de Marília) e autora do livro ‘Vivendo’ (clique aqui para falar com a colunista)