até o ano passado, o Japão era considerado símbolo de alta longevidade no mundo. No entanto, em fevereiro deste ano, um estudo conduzido pela universidade Imperial College London, na Inglaterra, em parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS), indica que a Coreia do Sul será o primeiro país a superar barreira dos 90 anos de expectativa de vida.
O estudo prevê que as mulheres sul-coreanas que nascerem em 2030 viverão, em média, 90,8 anos. Já a longevidade média para os homens do país será de 84,1 anos.
Entre os 35 países do levantamento, Coreia do Sul, Suíça, Japão, Austrália, Canadá, Chile, Reino Unido e Estados Unidos lideram o ranking, este último com 83,3 anos para as mulheres e 79,5 anos para os homens – média similar às projetadas para o México e a Croácia.
Na Europa, a França lidera o ranking das previsões para países com maior expectativa de vida para mulheres: 88,6 anos, seguida pela Espanha (88,1), Suíça (87,7), Portugal (87,5) e Eslovênia (87,4).
O Brasil não fez parte do estudo. Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em dezembro passado, indica que a expectativa de vida para quem nasceu em 2015 no país passou a ser de 75,5 anos.
Mulheres viverão mais que os homens
“Homens tradicionalmente têm um estilo de vida menos saudável e, por isso, uma expectativa de vida mais curta”, explica o professor Majid Ezzati, da faculdade de medicina da Imperial College, em Londres.
Segundo o pesquisador, homens fumam e bebem mais. Também tendem a se envolver com mais frequência em acidentes de carro e, se comparados às mulheres, figuram em maior número entre vítimas de homicídios.
Educação, nutrição, hipertensão e obesidade
“A Coreia do Sul fez muita coisa certa. Parece ser um local mais igualitário e políticas de educação e nutrição têm beneficiado a maioria das pessoas”, afirma o professor. “Até o momento, os sul-coreanos se mostraram os melhores em lidar com taxas de hipertensão e apresentam as menores taxas de obesidade do mundo”, completa.
Os EUA são quase o oposto da Coreia do Sul. Segundo Ezzati, a desigualdade registrada naquele país, único entre os analisados sem assistência de saúde universal, afeta a performance nacional no caso de expectativa de vida.
Acesso à saúde
Ezzati salienta que as projeções mostram o impacto positivo de investimentos em sistemas de saúde de acesso universal. “Países que tiveram bom desempenho fazem isso investindo em seu sistema de saúde e certificando-se de que ele chega a todos”, finaliza.
Fotos/ilustrações: divulgação
Coordenadora de redação e interatividade do Portal Terceira Idade (clique aqui para falar com a colunista)