Carnaval: para os foliões ele é imperdível. Há os que só gostam de ficar assistindo pela TV, os que o ignoram e os que não querem nem ouvir o seu barulho. Mas quando e onde surgiu essa festa, que confraterniza tantas pessoas nesta época do ano?
Egito, 10.000 a.C.
As origens do Carnaval são polêmicas. Não existe maneira de comprovar o nascimento do Carnaval, mas, através de pesquisas sobre a evolução do homem, sabemos que os primeiros sinais dessa celebração surgiram de cultos agrários, dez mil anos antes de Cristo, com os povos que habitavam as margens do rio Nilo, no Egito.
Os homens daquela época entravam em estado de utopia através da comemoração. No momento da festa, se desligavam das coisas ruins que concretamente tinham ido embora e saudavam o que lhes parecia um bem (como por exemplo, o nascimento e o por do sol, o início da primavera e o término das enchentes no rio Nilo) com danças e cânticos para espantar as forças negativas que prejudicavam o plantio.
Brasil, século 19
No Brasil, o Carnaval é uma festa nacional que adquiriu características distintas em cada região. O início dos festejos foi o Entrudo (festa popular), introduzido no país pelos navegadores portugueses. Originário da Índia, consistia em uma “guerra” de talco e ovos jogados do alto das casas ou nas praças.
Na Bahia e no Rio de Janeiro do século 19, outra brincadeira dos farristas era agarrar um desafortunado qualquer – marcado pela má sorte – tirar suas roupas, dar-lhe um banho frio e devolvê-lo à rua.
Entre 1870 e 1890, o Entrudo começou a ser substituído pelo Carnaval, com bailes em clubes e desfiles nas ruas e fantasias inspiradas em modelos europeus, com alegorias importadas da Itália. Surgiram os Fantoches de Euterpe, a Cruz Vermelha e Os Inocentes em Progresso. A colombina, o pierrô e o Rei Momo, de origem européia, também passaram a fazer parte do carnaval brasileiro.
Costumes europeus
Em São Paulo, no final do século 19, as fantasias eram a última moda da festa na cidade, uma tradição importada do carnaval de Veneza pelos nascentes “barões do café” que procuravam imitar os modos e os costumes europeus. E, ao definir seu público como a “boa rapaziada”, deixava claro: Carnaval não era festa para pobres, nem “moças de boa família”.
A convivência entre pobres e ricos nas ruas do Triângulo (Rua Direita, XV de Novembro e São Bento – Centro Velho), no entanto, durou pouco tempo. Em 1914, a burguesia paulistana já havia transferido o corso (desfile) para a Avenida Paulista, no alto do espigão que divide a cidade.
Surge, então, um grupo de 20 adolescentes da Barra Funda, tendo à frente o jovem negro Dionísio Barbosa, que chega às ruas do centro de São Paulo, dançando e balançando chocalhos feitos com chapinhas de metal pregadas em ripas de madeira. O grupo se transforma mais tarde na Escola de Samba Camisa Verde e Branco, devido às cores das fantasias de seus integrantes.
A história do Carnaval não tem fim.Todos os anos ela se renova e tem como principal personagem um povo que, independentemente dos problemas corriqueiros e das dificuldades sociais e políticas do nosso país, tem uma imensa alegria e um colorido deslumbrante. O que torna essa festa em um sonho que se transforma numa realidade linda e contagiante.
Fotos e ilustrações créditos: Sky photo created by wirestock; People vector created by freepik – www.freepik.com
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Coordenadora de redação e interatividade do Portal Terceira Idade (clique aqui para falar com a colunista)