A depressão é uma doença que afeta o estado de humor e reduz a capacidade de sentir satisfação ou prazer.
Hoje, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, a depressão acomete cerca de 10% dos brasileiros, com maior incidência entre pessoas de 20 a 30 anos e acima dos 60 anos. Porém, um dado da Organização Mundial da Saúde (OMS) é ainda mais alarmante: até 2030 a doença deverá ser a segunda maior causa da perda de qualidade de vida no mundo.
Por ter uma alta incidência, a depressão exige atenção por conta da falta de informação e o desconhecimento dos principais sintomas pela população, que, muitas vezes, deixa de buscar tratamento adequado por não saber distinguir tais sinais. Exemplo disso é a frequente associação de uma simples tristeza à depressão.
Circunstâncias estressantes da vida
O estado clínico de depressão só se caracteriza quando há ocorrência de quatro ou mais sintomas ao mesmo tempo.
A origem da depressão está ligada diretamente a circunstâncias estressantes da vida, desequilíbrio químico, fatores genéticos, de personalidade e ambientais. Por isso, é fundamental saber identificar corretamente os sintomas, sempre com o auxilio e diagnóstico de um especialista.
Deve-se ter em mente que a depressão pode matar, ou por suicídio, ou por agravar uma doença já existente. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença está associada à morte de cerca de 850 mil pessoas por ano.
O tratamento da depressão, seja ela em estágios leves, moderados ou graves, quase sempre é realizado com auxílio de antidepressivos e terapias, e buscam amenizar prejuízos no dia a dia das pessoas, suas relações familiares e profissionais.
Identificando os sintomas
O paciente precisa ter em mente que o tratamento é de longo prazo e que costuma surtir efeito entre duas a quatro semanas de medicação. Para um melhor resultado, o processo deve ser mantido por alguns meses após o término dos sintomas, assegurando que o paciente não tenha uma recaída. Contudo, há casos de depressão recorrente que necessitam de tratamento prolongado que pode atingir dois, cinco ou mais anos.
Os principais sintomas da depressão são:
- Distúrbios do sono: insônia ou hipersônia;
- Sensação de inutilidade;
- Dificuldade de concentração;
- Sentir-se chateado a maior parte do tempo;
- Perda ou ganho significativo de peso;
- Interesse diminuído ou perda de prazer para realizar as atividades rotineiras;
- Culpa excessiva;
- Fadiga ou perda de energia;
- Agitação ou retardo psicomotor;
- Ideias recorrentes de morte ou suicídio.
Se você tem depressão ou sente um ou mais dos sintomas acima, entre em contato com o CVV (Centro de Valorização da Vida) ou ligue para 188.
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Doutorado em Psiquiatria pela Universidade de São Paulo (USP), Médico Coordenador do Serviço de Interconsultas do Instituto de Psiquiatria do HC-FMUSP (IPq-HC-FMUSP), CRM 65297 (clique aqui para falar com o colunista)