no mês do Dia Internacional da Mulher, celebrado em todo o mundo no dia 8 de março, não poderíamos deixar de lembrar de Betty Friedan, que se tornou conhecida mundialmente como uma das principais arquitetas do movimento de liberação feminina do final dos anos 1960.
Nascida em 4 de fevereiro de 1921, nos Estados Unidos, a escritora e pioneira feminista faleceu, em razão de um problema cardíaco, no dia de seu aniversário, em 2006, aos 85 anos.
Igualdade de oportunidades para a mulher
Seu primeiro livro, com o título “A Mística Feminina”, de 1963, é uma análise apaixonada – mas contundente e clara – das questões que afetaram as mulheres nas décadas que se seguiram a Segunda Guerra Mundial: a domesticidade forçada, as perspectivas profissionais restritas e a campanha pela legalização do aborto.
A ideia para “A Mística Feminina” surgiu de um encontro de ex-alunos do Smith College, colégio onde estudou, quando comprovou que suas antigas colegas estavam tão insatisfeitas em sua vida do lar como ela, que tinha se casado em 1947 com Carl Friedan, de quem se divorciou em 1969.
Na obra, Friedan se queixava da perda de potencial das mulheres dos EUA pela discriminação social, e denunciava que elas eram vítimas de um sistema que as forçava a encontrar satisfação pessoal de forma indireta, através do êxito de seus maridos e filhos.
“As mulheres americanas estão impedidas de crescer até atingir sua capacidade humana total. Este ‘problema sem nome’ é mais grave para a saúde física e mental de nosso país que qualquer doença conhecida”, afirmou Friedan em um dos trechos do livro.
Como a sociedade trata os idosos
Em 1966, Friedan ajudou a fundar a Organização Nacional de Mulheres (NOW, na sigla em inglês), da qual foi a primeira presidente. Em 1969, foi uma das fundadoras da Associação Nacional para a revogação das Leis do Aborto, hoje conhecida como Naral América Pró-Escolha. Em 1971, com Gloria Steinem e Bella Abzug, fundou o Organização Política de Mulheres.
Muitos dos aspectos da vida moderna que hoje parecem corriqueiros – desde os anúncios de “Procura-se Profissional”, que não especificam o sexo do profissional procurado, até a presença das mulheres na política, medicina, no clero e nas forças armadas – é consequência direta das conquistas que ela ajudou as mulheres a conseguir.
No final da década de 80, sexagenária, voltou-se para a discussão sobre como a sociedade trata os idosos. É dessa época o livro “The foutain of age” (A fonte da idade).
Fotos/ilustrações: divulgação
Mais sobre o assunto
O Globo > Cultura > Mulheres – Direitos
Nos anos 60, a americana Betty Friedan lançou as bases do moderno feminismo
Em ‘A mística feminina’ ativista, que morreu há dez anos, disse que ser dona de casa era como ‘estar num campo de concentração confortável’. No fim da vida, defendeu idosos
Jornalista pela Unimar (Universidade de Marília) e autora do livro ‘Vivendo’ (clique aqui para falar com a colunista)