Corumbá, município de Mato Grosso do Sul, está localizado a 418 quilômetros da capital do Estado, Campo Grande. A cidade, que é considerada pelos corumbaenses como a capital do Pantanal, é uma uma região cheia de histórias –serviu de cenário para a Guerra do Paraguai– com diferenças culturais, costumes e artistas que pouco ou nada conhecemos.
O músico Agripino Soares Magalhães (foto), 88 anos, é aposentado como estivador (trabalhador de portuário), pai de dez filhos, é uma das únicas pessoas vivas aptas a fazer a viola de cocho. Aprendeu o ofício com o avô e já fez mais de 300 violas, nunca deixando de seguir os padrões e as superstições que regem a fabricação artesanal da viola de cocho, que é feita á partir de um tronco de madeira inteiriço.
A viola de cocho é o principal instrumento usado nas danças da região do Pantanal, o Cururu e o Siriri. Mas sua dedicação à música também é um complemento financeiro para a sobrevivência da família.
Além de saber fazer o instrumento, ele tem orgulho de ser o único cantador de Cururu de Corumbá e, animado, não deixa de convidar os que quiserem aprender a cantar e dançar o Cururu. É só procurá-lo que ele ensina.
Izulina Xavier (foto), 81 anos, possui um ateliê a céu aberto em Corumbá. Só aos 60 anos começou a se dedicar às esculturas. Suas obras decoram desde a praça central até piscinas de hotéis. O Cristo Redentor e a Via-Sacra no mirante da cidade também saíram de suas mãos talentosas. Sempre teve talento para as artes. Antes de descobrir a escultura, ela já havia publicado seis romances, cinco cordéis e um livro infantil.
Seu ateliê chama-se Art Izu, uma casa grande onde expõe móveis, peças sacras, esculturas e painéis de madeira, concreto, pó de pedra ou barro.
Após ter quebrado o braço, a escultora trocou a madeira pelo cimento por ser mais leve e maleável. Mesmo assim não deixou de produzir. Construiu, por conta própria, um painel de 22 quadros de 3 m por 2,5 m, onde conta a história de Corumbá até o começo do século 19. E não pára por aí, pois está construindo mais 21 quadros contando a história mais recente da cidade.
Coordenadora Geral do Portal Terceira Idade, Pesquisadora do Envelhecimento, Pedagoga e Jornalista (API, Assoc. Paulista de Imprensa: Reg. 2152) (clique aqui para falar com a colunista)