Para os foliões ele é imperdível, há os que só gostam de assisti-lo, os que o ignoram e os que não querem nem ouvir o barulho dele: o Carnaval. Mas todos, certamente, acharão interessante conhecer um pouco sobre a origem desta festa popular que levou o nome do Brasil ao mundo.
As origens do Carnaval são obscuras. Não existe maneira de comprovar o nascimento do Carnaval, mas, através de pesquisas sobre a evolução do homem, sabemos que os primeiros sinais do que mais tarde se chamaria Carnaval surgiram de cultos agrários 10.000 anos antes de Cristo, com os povos que habitavam as margens do rio Nilo (Egito).
O homem, então, entrava em estado de utopia através da comemoração. No momento da festa, se desligava das coisas ruins que concretamente tinham ido embora e saudava o que lhe parecia um bem (como por exemplo, o nascimento e o por do sol, o início da primavera e o término das enchentes no rio Nilo) com danças e cânticos para espantar as forças negativas que prejudicavam o plantio.
No Brasil, o Carnaval é uma festa nacional, que adquiriu características distintas em cada região. O início dos festejos foi o Entrudo (festa popular), introduzido no país pelos navegadores portugueses. Originário da Índia, consistia em uma “guerra” de talco e ovos jogados do alto das casas ou nas praças.
Na Bahia e no Rio de Janeiro, outra brincadeira dos farristas era agarrar um desafortunado qualquer (marcado pela má sorte), tirar suas roupas, dar-lhe um banho frio e devolvê-lo à rua. Assim eram os festejos que aconteciam em fevereiro do século XIX.
Entre 1870 e 1890, o Entrudo começa a ser substituído pelo Carnaval: bailes em clubes e desfiles nas ruas, com as fantasias inspiradas em modelos europeus e as alegorias importadas da Itália. Surgiram os Fantoches de Euterpe, a Cruz Vermelha e Os Inocentes em Progresso. A colombina, o pierrô e o Rei Momo, de origem européia, também passaram a fazer parte do carnaval brasileiro.
Em São Paulo, no final do século 19, as fantasias eram a última moda da festa na cidade, uma tradição importada do carnaval de Veneza pelos nascentes “barões do café” que procuravam imitar os modos e os costumes europeus. E, ao definir seu público como a “boa rapaziada”, deixava claro: Carnaval não era festa para pobres, nem “moças de boa família”.
A convivência entre pobres e ricos nas ruas do Triângulo (Rua Direita, XV de Novembro e São Bento – Centro Velho), no entanto, durou pouco tempo. Em 1914, a burguesia paulistana já havia transferido o corso (desfile) para a Avenida Paulista, no alto do espigão que divide a cidade.
Surge, então, um grupo de 20 adolescentes da Barra Funda, tendo à frente o jovem negro Dionísio Barbosa, que chega às ruas do centro de São Paulo, dançando e balançando chocalhos feitos com chapinhas de metal pregadas em ripas de madeira. O grupo se transforma mais tarde na Escola de Samba Camisa Verde e Branco, devido às cores das fantasias de seus integrantes.
A história do carnaval não tem fim.Todos os anos ela se renova e tem como protagonista (principal personagem) um povo que, independentemente dos problemas corriqueiros e das dificuldades sociais e politicas do nosso país, tem uma imensa alegria e um colorido deslumbrante. O que torna essa festa em um sonho que se transforma numa realidade linda e contagiante.
Coordenadora Geral do Portal Terceira Idade, Pesquisadora do Envelhecimento, Pedagoga e Jornalista (API, Assoc. Paulista de Imprensa: Reg. 2152) (clique aqui para falar com a colunista)