Há alguns dias atrás, eu estava tomando um cafezinho, quando um homem com uma aparência meio estranha puxou uma conversinha comigo. Tinha um sotaque português, achei interessante. Pensei, que bom trocar ideias com um turista.
Mas, eis que para minha surpresa, ele me disse que era brasileiro, porém estava trabalhando há muitos anos em Portugal e tinha adquirido o sotaque. Durante a nossa conversa, percebi que, além do sotaque, ele havia adquirido toda a postura e maneira de pensar de um estrangeiro.
Todo orgulhoso, me disse que vinha aqui só para tirar férias e descansar, pois, para trabalhar, o melhor negócio era estar na Europa. “Lá construí minha vida, fiz meu pé de meia”, e por aí foi falando, falando, até que entrou em uma contradição: “Porém, o melhor lugar do mundo é o Brasil”.
Então, naturalmente lhe perguntei: “Se o melhor lugar é aqui, porque você trabalha, vive e ganha seu dinheiro lá fora?”
Como todo bom “brasileiro estrangeiro”, alegou que voltaria quando tivesse conseguido conquistar “um lugar ao sol”.
Percebi que este brasileiro já havia se tornado um “turista acidental”. Para ele, como para tantos outros admiradores de nossos cartões postais, o Brasil é o melhor lugar do mundo para compras, passeios, praias, etc. Mas, para viver com dignidade e respeito, ele resumiu: “O grande negócio é estar lá fora”.
PS: O último que sair não se esqueça de apagar a luz e nem de como se fala nossa língua!
Coordenadora Geral do Portal Terceira Idade, Pesquisadora do Envelhecimento, Pedagoga e Jornalista (API, Assoc. Paulista de Imprensa: Reg. 2152) (clique aqui para falar com a colunista)