O último censo, publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 29 de novembro de 2010, mostra que o país tem, hoje, 190.732.694 habitantes. Destes, 10,78% tem 60 anos ou mais, ou seja, aproximadamente 21 milhões de idosos (veja infográfico, abaixo).
No entanto, enquanto o número de idosos cresce no Brasil, o número de geriatras, talvez um dos profissionais mais importantes voltados à saúde desta faixa etária, parece que segue o caminho contrário.
Dados da Sociedade Brasileira de Geriatria apontam que o Brasil tem um geriatra para cada cinco mil idosos. O recomendável, de acordo com a instituição, seria um para cada mil. Apesar de o país ganhar todo ano quase 800 mil idosos, os números mostram que faltam cinco mil médicos nessa área.
São raros os brasileiros que tem o acompanhamento de um geriatra. O país inteiro tem apenas 922 médicos especializados em geriatria para uma população de 21 milhões de pessoas acima de 60 anos. Deste grupo, pelo menos cinco milhões têm problemas de saúde e precisariam do acompanhamento de um geriatra.
Quando se observa o mapa de distribuição de geriatras em todo Brasil é ainda mais impressionante. São Paulo tem 410 profissionais. O Rio de Janeiro tem apenas 78. Os estados do Nordeste têm menos ainda: 11 em Pernambuco e seis na Paraíba e no Maranhão, por exemplo. Mas na Região Norte a situação preocupa: Amapá, Amazonas e Tocantins têm apenas um geriatra cada.
“Geriatria não faz parte do currículo de graduação de medicina no Brasil. O país inteiro tem apenas 21 cursos de pós-graduação e 60 vagas de residência na especialidade. É uma consulta longa no consultório e é uma consulta longa fora do consultório. Isso as pessoas não querem. Elas querem ficar mais livres, receber seu salário e ir embora. É uma especialidade de muito trabalho”, observa Silvia Pereira, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria.
No dia a dia, a maioria dos idosos brasileiros não se trata com especialista em geriatria. Quando tem um problema, vai ao clínico geral, ao cardiologista ou ao ginecologista. A expectativa de vida dos brasileiros aumenta de geração em geração. Vamos torcer para que, nos próximos dez anos, novos dados apontem para um crescimento no número de geriatras no Brasil.
Coordenadora Geral do Portal Terceira Idade, Pesquisadora do Envelhecimento, Pedagoga e Jornalista (API, Assoc. Paulista de Imprensa: Reg. 2152) (clique aqui para falar com a colunista)