Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que é nessa faixa que o número de pessoas ocupadas mais cresce. De 2003 ao primeiro trimestre de 2011, os empregados com essa idade aumentaram 56,1% nas seis maiores regiões metropolitanas do país. O percentual é quase o triplo do aumento do emprego em geral, 19,8%. Também é maior que o aumento do número de pessoas nessa faixa etária nas seis regiões, que foi de 41,6% (de 8,9 para 12,6 milhões).
Em 2003, a faixa representava 16,7% da força de trabalho. O percentual subiu para 21,8% na média do primeiro trimestre de 2011, segundo o instituto. Dos 22,2 milhões de pessoas ocupadas na média do primeiro trimestre de 2011 nas seis regiões metropolitanas, 4,8 milhões estavam no topo da pirâmide etária.
Um dos setores em que o emprego entre os mais velhos cresceu com mais força foi o da construção civil, com alta acumulada de 62% nos últimos oito anos. O ramo é um dos que mais sofre com restrição de mão de obra e busca empregar os mais experientes. Outro ramo com expansão significativa do emprego de pessoas nessa idade é o de serviços prestados às empresas. Nesse setor, o número de empregados acima de 50 anos subiu 71% no período.
Para analistas, a mudança de perfil no mercado de trabalho é explicada pelo envelhecimento da população. Outro fator é a falta de pessoas qualificadas em algumas áreas, que faz empresas reterem profissionais em idade de aposentadoria. “O profissional de 30 a 40 anos já treinado está mais escasso e caro. Isso leva as empresas a procurar os mais velhos”, afirma Paulo Meyer Nascimento, pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Especialistas também apontam a necessidade de complementar a renda familiar e as mudanças nas regras da Previdência, em especial o desconto no benefício para quem se aposenta mais jovem (o fator previdenciário), que surgiu em 1999. “O ganho extra ajuda. Me sinto muito jovem e disposta. Não gosto de ficar em casa”, diz Vanete Ferraz Parente, 70, que se aposentou como secretária há 15 anos e hoje orienta clientes em uma loja do Bob’s na Tijuca, zona norte do Rio.
Para Thaíz Marzola Zara, economista da Rosenberg & Associados, este é o momento de repensar as regras de aposentadoria, uma vez que as pessoas ficam economicamente ativas por mais tempo. Hoje, a norma fixa 30 anos de contribuição mínima para mulheres e 35 para homens.
Coordenadora de redação e interatividade do Portal Terceira Idade (clique aqui para falar com a colunista)