Empresas sustentáveis, florestas sustentáveis, meio ambiente sustentável, governo sustentável… Hoje, é politicamente correto ser sustentável. Sustentabilidade tornou-se a palavra de ordem e sustentável, o adjetivo da moda.
Meio ambiente sustentável é uma questão muito propagandeada, porém duvidosa. O Brasil não consegue limpar seus rios ou fazer barragens que suportem um mínimo aumento de chuva. Casas e edifícios caem por falta de planejamento antes e durante a construção, ou por causa de políticas irresponsáveis que permitem construir em terrenos com encostas e barrancos nitidamente passíveis de deslizamentos.
Secas imensas no Sul e chuvas devastadoras no Sudeste. Os políticos jogam a culpa na “Mãe Natureza, que está desequilibrada”. No entanto, graças às mais modernas tecnologias, às quais o Brasil tem acesso, isso seria facilmente contornável. E sustentável.
Fui ao supermercado estes dias e percebi cada vez mais prateleiras especiais para produtos orgânicos. Aí, me perguntei: “Mas todos os alimentos não são orgânicos?” Não, orgânicos são aqueles que não possuem agrotóxicos, que são bem mais caros que os não-orgânicos.
Então, pensei: “Para sermos saudáveis e ‘sustentáveis’, temos que pagar mais por isso? Por que o Ministério da Agricultura não cria leis e infra-estrutura para que todos os agricultores possam plantar sem agrotóxicos?”
Reciclar sacolas também é “sustentável”. Super fashion, mas nada prático. Nenhuma logística é organizada por parte dos governantes: não temos coleta seletiva de lixo, de caixas, garrafas, nada! Apenas o slogan “Não use sacolas, respeite o meio ambiente”. Mas, se você puder pagar um pouquinho mais… vai poder comprar a sacola reciclável, à venda em todos os supermercados!
PS. Sem uma “reciclagem” do nosso sistema político, social e cultural, será impossível criar uma situação sustentável para o Brasil. Estamos apenas criando uma “síndrome” que facilmente nos convence de que tudo é verdade…
Coordenadora Geral do Portal Terceira Idade, Pesquisadora do Envelhecimento, Pedagoga e Jornalista (API, Assoc. Paulista de Imprensa: Reg. 2152) (clique aqui para falar com a colunista)