As hepatites são doenças graves. Estimativas apontam que 2,3 milhões de brasileiros são portadores de algum tipo de hepatite – pelo menos 1,5 milhão são portadores do tipo C, o mais grave. Bastante comum entre os brasileiros, a hepatite B acomete cerca de 800 mil pessoas no país.
“Estamos falando de uma doença sexualmente transmissível com poder de infecção maior do que o do vírus do HIV. A vacina já está disponível nos postos de saúde para pessoas de até 49 anos, o que é um grande avanço. Mas temos que ter atenção também com os idosos. Boa parte é sexualmente ativa e resistente ao uso de preservativo, o que amplia o risco de contrair a infecção”, alerta Isabella Ballalai, diretora da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) Nacional e presidente da Regional Rio de Janeiro.
As principais vias de transmissão do vírus são o sangue, secreções e os objetos cortantes contaminados (alicate de unha comum em salões de beleza, por exemplo). A doença atinge o fígado, um dos órgãos mais importantes do corpo humano.
Vacinação
O Ministério da Saúde ampliou a faixa etária de imunização gratuita, que antes abrangia somente pessoas até 29 anos, e passou a beneficiar também gestantes de todas as idades, para evitar a transmissão para o feto. Quando isso ocorre e o bebê nasce infectado o risco de desenvolvimento de hepatite crônica é superior a 90%.
Segundo o Ministério, a medida beneficia 150 milhões de pessoas (75,6% da população total do Brasil). O governo acredita que ao longo dos anos, com o envelhecimento da população e o aumento da cobertura vacinal, será possível obter a erradicação dessa doença. Existem mais de cinco tipos da doença. Os principais são as hepatites A, B, C e Delta. Para os dois primeiros existe vacina, mas apenas a da hepatite B está disponível na rede pública.
Para o presidente da SBIm Nacional, o médico Renato Kfouri, “é importante que todos tenham acesso à informação e que cada um faça a sua parte, o que inclui o médico, na hora da consulta, avaliar o estado vacinal de seus pacientes e prescrever as vacinas necessárias. E a população, cuidando para que sua vacinação esteja em dia”, orienta.
Sintomas
A hepatite B é uma doença silenciosa. Os sintomas, quando existem, podem provocar cansaço, tontura ou ânsia de vômito. Nem sempre a pessoa percebe que está doente. “A vacinação como forma de prevenção é o modo mais seguro para evitar a doença”, orienta Isabella. “O diagnóstico e o tratamento precoce podem evitar a evolução do quadro para cirrose ou câncer de fígado, por exemplo. O teste, o tratamento e o acompanhamento das hepatites virais estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS)”, acrescenta Renato.
Cuidados
Além do uso da camisinha em todas as relações sexuais, não se deve compartilhar escova de dente, alicates de unha, lâminas de barbear ou depilar. É importante, também, sempre usar materiais esterilizados ou descartáveis em estúdios de tatuagem e piercing, serviços de saúde, acupuntura, procedimentos médicos, odontológicos e hemodiálise.
Coordenadora de redação e interatividade do Portal Terceira Idade (clique aqui para falar com a colunista)