Hoje em dia, fala-se muito em ecologia. Ouve-se muito a respeito de sustentabilidade, desenvolvimento sustentável e afins. Exemplos: “compre eletrodomésticos que diminuam o consumo de energia elétrica”, “coloque, em seu carro, filtros e catalisadores para a fumaça do escapamento”, “reutilize a água da chuva, a água da máquina de lavar, a água da lavagem das verduras”, “aproveite e cozinhe as cascas e os talos dos alimentos”, “recicle o lixo”, “utilize os mil e um recursos da garrafa PET”, “aproveite a energia solar, a energia do vento, a sua energia motora”… e por aí afora.
Ótimo! Todas essas medidas são fundamentais para compensar o prejuízo que nossos ancestrais – e nós mesmos – causaram, há séculos, no Planeta. Também, dessa forma, preservaremos o pouco que resta, para os nossos descendentes – e para nós mesmos!
Mas, de que adianta “consertar” lá fora, se dentro de nós ainda existem muita poluição mental, um crescente acúmulo de lixo emocional e desperdício de riquezas pessoais?
Uma vez presenciei uma verdadeira guerra familiar – porque aquilo deixou de ser uma simples discussão há palavrões de distância. O fato é que, por pura distração pela falta de hábito, a mãe havia desprezado a caixinha de leite vazia, no cesto de lixo orgânico. A filha, associada à Ongs ecológicas, indignou-se com o acontecido e, não perdoando a ação da mãe, esbravejou, xingou, gritou, esperneou… porque ela fazia o sacrifício de separar o lixo reciclável, e isto era o mínimo que as pessoas poderiam fazer, porém, a mãe não o fez!
Assisti àquela cena, constrangida, pensando no que, na realidade, deveria ser reciclado ali. Talvez aquele ódio momentâneo da moça, quem sabe um velho acúmulo de mágoas e ressentimentos de coisas mal resolvidas, ou pura e simples falta de paciência, de diálogo e de compreensão… Bobagens cotidianas que vamos juntando, uma após outra e, quando nos damos conta, amontoamos uma porção de lixo emocional, que ocupa espaço em nossos relacionamentos, na organização das nossas idéias, no entendimento e aplicação de nossos valores morais.
De que adianta salvar baleias no meio do oceano, se não salvamos as relações no quintal das nossas casas? De que adianta, pregar a ecologia e princípios de sustentabilidade para salvar o Planeta, se nós não salvamos a nós mesmos?
Toda e qualquer ação precisa iniciar-se dentro de nós! Primeiro eu me ajudo para poder ajudar o outro – isso garante, inclusive, preparo pessoal para dar suporte a outrem.
Para poder praticar ecologia pessoal, é necessário cuidar da nossa própria felicidade, da saúde, do bem-estar, dos nossos relacionamentos, da nossa espiritualidade. Trata-se da busca pelo equilíbrio pessoal em todos os sentidos.
Algumas atitudes simples e frequentes que não custam muito, como demonstrações de afeto, um sorriso sincero, um abraço, menos pressa e mais compreensão, disponibilidade para estar com o outro, são tão eficazes para a sustentabilidade humana quanto é reciclar lixo, salvar baleias e pandas ou praticar o reflorestamento, para o desenvolvimento sustentável do Planeta.
Recicle – crie um novo ciclo – para seus sentimentos guardados: expresse-os sob alguma forma de arte! Renove suas emoções e pratique o perdão.
Utilize a energia solar que, certamente, brilha no seu coração, para iluminar o ambiente à sua volta, dando um novo vigor à sua vida. Exercite a sustentabilidade na alma e faça do seu mundo, um mundo melhor! Lembre-se: um mundo melhor começa em cada um de nós!
Redação do Portal Terceira Idade (clique aqui para falar com a equipe de redação do Portal Terceira Idade)