conhecida por seus exóticos chapéus com frutas na cabeça, ela foi a primeira artista latino-americana a ser homenageada com uma estrela na Calçada da Fama, em Hollywood, nos Estados Unidos, onde fez um total de 14 filmes entre 1940 e 1953. Em 20 anos de carreira deixou sua voz registrada em 313 gravações, no Brasil e nos EUA. Até hoje, nenhum artista brasileiro teve tanta projeção internacional como ela.
Sim, estamos falando de Carmen Miranda. A cantora, atriz e dançarina, que morreu aos 46 anos, em 1955, completaria 108 anos no último dia 9 de fevereiro.
Personagem de desenho animado da Disney
Maria do Carmo Miranda da Cunha nasceu no dia 9 de fevereiro de 1909, em Marco de Canaveses, em Portugal. Conhecida como a “pequena notável” – ou “explosão brasileira”, no exterior –, Carmen Miranda chegou a ser a atriz mais bem paga de Hollywood e criou um personagem que entraria definitivamente no imaginário popular do século XX em várias partes do mundo.
Carmen Miranda tinha desenvoltura de palco e carisma. Sabia cantar, dançar, atuar e foi uma estrela da indústria cultural que se formava na época. Até o final da década de 1930, já havia gravado mais de 300 músicas e também aparecido em vários filmes, nos quais interpretava ela mesma. Ficou conhecida internacionalmente pelo seu estilo alegre de ser e de vestir – inspirado nas roupas das baianas – inúmeros badulaques e seu chapéu com frutas. Carmen Miranda, mais tarde, viraria boneca de papel e até desenho animado da Disney.
“O que é que a baiana tem?”
Carmen tinha pouco menos de um ano quando veio com a família para o Rio de Janeiro. Com vocação para seguir a carreira artística, aos 20 anos, foi apresentada ao compositor Josué de Barros que, encantado com seu talento, passou a promovê-la em editoras e teatros. O sucesso não demorou a chegar e veio no ano seguinte com a marcha “Pra Você Gostar de Mim” (“Taí”), de Joubert de Carvalho. Pouco depois, ela já era apontada como uma das principais cantoras do Brasil.
Em seguida, Carmem assinou contrato com a rádio Mayrink Veiga, onde ficou até 1936, quando se transferiu para a Tupi. Em 20 de janeiro de 1936, estreou o filme “Alô, Alô Carnaval” com a famosa cena em que ela e Aurora Miranda, sua irmã, cantam “Cantoras do Rádio”.
Foi em 1939, no filme “Banana da Terra”, que Carmen Miranda apareceu pela primeira vez caracterizada de baiana, personagem que a lançou internacionalmente. O musical apresentava clássicos como “O que é que a baiana tem?”, que lançou Dorival Caymmi no cinema.
Banquete na Casa Branca
Três anos depois, veio a chance de fazer carreira nos Estados Unidos. A estreia de Carmem aconteceu no espetáculo musical “Streets of Paris”, em Boston. Seu sucesso de crítica e público foi enorme.
Sua fama não parou de crescer e, no dia 5 de março de 1940, ela se apresentou ao presidente Franklin Roosevelt durante um banquete na Casa Branca. Entre 1940 e 1953 atuou em 14 filmes em Hollywood e esteve nos mais importantes programas de rádio, TV e teatros dos EUA. Carmem Miranda chegou a receber o maior salário até então pago a uma mulher nos Estados Unidos.
Remédios para insônia
Em 1947, ela se casou com o norte-americano David Sebastian, com quem viveu uma relação bastante difícil. Nos EUA, Carmen começou a usar remédios para insônia para dar conta da sua agenda lotada. Além disso, bebia e fumava bastante, o que potencializava o efeito dos remédios.
Retornou ao Brasil em 1954, após 14 anos, e fez tratamento no Rio de Janeiro para se desintoxicar. No ano seguinte, Carmem retornou aos EUA após leve melhora, mas, não demorou muito voltou aos antigos vícios. Ela morreu, após um ataque cardíaco fulminante, no dia 5 de agosto de 1955, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
O corpo de Carmen Miranda foi transladado para o Brasil. O cortejo fúnebre reuniu cerca de meio milhão de pessoas. No Aterro do Flamengo, na cidade do Rio de janeiro, o governo criou o Museu Carmen Miranda.
Fotos/ilustrações: divulgação
Coordenadora Geral do Portal Terceira Idade, Pesquisadora do Envelhecimento, Pedagoga e Jornalista (API, Assoc. Paulista de Imprensa: Reg. 2152) (clique aqui para falar com a colunista)