existem diferentes nuances acerca dos cuidados em relação à saúde feminina, principalmente os preventivos, conforme a faixa etária. Elas existem em função das diversas transformações físicas e emocionais no decorrer da vida da mulher. A puberdade, menstruação, vida sexual e conjugal, gravidez, filhos e menopausa, são situações que influenciam seu “status” de ser no meio social.
Este pequeno traçado da “ebulição” por que passa a mulher denota quanta força física e emocional é despendida pelo “sexo frágil”(?)! A mulher atual arca, também, como força motriz, indo além dos afazeres domésticos, dominando as diversas áreas que antes eram somente dos homens.
Retornando aos cuidados ginecológicos, visualizamos um pouco melhor porque as mulheres, embora com sintomas semelhantes, podem chegar ao climatério com corpos e cargas emocionais diferentes, sem contar as várias doenças crônico-degenerativas como diabetes, hipertensão e reumáticas, próprias do avançar da idade.
Mas não se assustem. Se não prevenimos, podemos diagnosticar precocemente, e se isso não foi possível, tratamos da mesma forma, minimizando ao máximo os danos e sintomas. Nada impossível para a tenacidade feminina.
A forma como enxergamos a vinda da menopausa tem influências culturais, raciais e da personalidade de cada um. Povos como os orientais costumam valorizar a pessoa idosa, não enxergando a proximidade da velhice como algo danoso, mas, por outro lado, aqueles que vêem a vida valorizando mais a juventude e a estética podem sentir-se pior neste momento. Portanto, sejamos mais orientais.
Porque falo dessa forma? Porque a vida não regride a partir da menopausa, sendo ela mais uma fase a ser vivida com toda a força e vontade, continuando a ser útil, sem perder a jovialidade e a sensualidade. Com isso, mais pontos para as mulheres, que se fortalecem mais ainda.
O que podemos aconselhar para a mulher viver melhor a vida?
Atividade física
Em primeiro lugar, com toda atividade física possível. Você tem artrite, artrose? Saiba que existe sempre algum tipo de atividade orientada para qualquer pessoa e doença, até para aqueles com lesões neurológicas. Embora a prevenção da osteoporose deva começar na infância, com todos os hábitos desejáveis quanto à nutrição e exercícios físicos, lembro, novamente, que estamos minimizando riscos e danos. Portanto, nunca é tarde para começar.
Caminhar sem dúvida é o melhor exercício para combatermos a osteoporose e sua consequência pior que é a fratura óssea, além de colaborar no controle do peso: três vezes por semana, quarenta minutos por dia, sempre que possível com o máximo de pele exposta ao sol, para que nosso organismo produza vitamina D.
Dieta equilibrada
Uma dieta equilibrada deve suprir quantidades adequadas de cálcio e outros nutrientes, com diminuição da ingestão de gorduras e carboidratos e aumento das fibras vegetais – como o farelo de trigo, frutas e vegetais – favorecendo um controle nos níveis do colesterol e triglicerideos, prevenindo as moléstias cardiovasculares.
Tabagismo
Como hábitos, o tabagismo é um inimigo a ser combatido com todas as armas possíveis.
Atividade intelectual
Por outro lado, toda forma de atividade intelectual deve ser praticada, aliada à atividades manuais que exijam destreza. Novos desafios de aprendizados ajudarão o cérebro a manter sua capacidade até idades mais avançadas, pois novas “pontes” entre os neurônios serão criadas compensando a perda neuronal que acontece com a idade.
Como vemos, desde que bem orientada, a mulher pode praticar sozinha toda essa atividade higieno-dietética. Contudo, uma consulta médica anual é necessária para diagnóstico precoce tanto de doenças ginecológicas como outras intercorrências clínicas, bem como para uma eventual prescrição medicamentosa (como hormônios, por exemplo) e seu seguimento.
Fotos/ilustrações: divulgação
Ginecologista e Obstetra (CRM SP40222), formado pela Escola Paulista de Medicina – UNIFESP e Coordenador da Ginecologia do Hospital Santa Cruz (SP) (clique aqui para falar com o colunista)