fazendo uma retrospectiva desde a antiguidade até os dias de hoje, nos damos conta do quanto é importante cultivar a beleza dos ornamentos. Grandes artesões confeccionaram jóias únicas utilizando produtos que a natureza oferecia. Atualmente, a cultura desses povos volta a ser a grande alavanca para a criação da joalheria moderna.
É nesse contexto que tomamos conhecimento de jóias produzidas há muito tempo pelo indígena brasileiro. A confecção destas peças, até pouco tempo atrás, servia apenas para ornamentar seus próprios povos. Os inúmeros materiais que a natureza ainda oferece atualmente fortalecem economicamente essas etnias e, como conseqüência, vemos hoje, espalhadas por todo o território nacional e internacional, jóias orgânicas ainda pouco conhecidas.
Dentre os milhares de espécies nativas da floresta brasileira, algumas fazem a diferença quando confeccionamos jóias artesanais. Exemplo disso é a semente de Jarina, conhecida também como marfim vegetal da Amazônia.
A Jarina é uma palmeira nativa da região equatorial das Américas Central e do Sul e é também conhecida como marfim vegetal pela produção de sementes de consistência e coloração semelhantes ao marfim animal. É uma palmeira que possui crescimento lento, algumas delas chegando a ter mais de 100 anos de idade.
As folhas (palhas) são utilizadas para cobertura de casas por populações locais, a polpa não amadurecida utilizada para alimentação humana e de animais e, as fibras para confecção de cordas.
Contudo, a parte mais usada da planta é a semente. Essas, amadurecidas tornam-se duras, brancas e opacas como o marfim, com a vantagem de não serem quebradiças e fáceis de serem trabalhadas. O pré-beneficiamento da jarina consiste na secagem da semente ao sol por três meses, ou mesmo em estufa. A casca que cobre a semente é removida de forma manual, utilizando facas ou canivetes, deixando-as secar ao sol mais uma semana.
Entre as várias possibilidades de beneficiamento da jarina estão a produção de artesanato ou biojóias, peças de decoração e botões.
Os produtos a base de jarina tem prazo de vida. A semente tem vida de 5 a 10 anos, pois pode sofrer ataque de microorganismos, dependendo muito dos cuidados adotados pelo consumidor.
Abaixo, alguns acessórios produzidos com a Jarina:
Na minha próxima coluna, falarei sobre como outras culturas, como a dos nativos da América do Sul, Maias, Incas e Astecas, por exemplo, usavam a Jarina para melhorar sua saúde emocional e espiritual. Até a próxima.
Fontes de pesquisa e fotos: Embrapa (AM), INPA (AM) e Portal Terceira Idade
Redação do Portal Terceira Idade (clique aqui para falar com a equipe de redação do Portal Terceira Idade)