cada um de nós pode contribuir com a mudança social tão desejada. O desenvolvimento de uma consciência crítica é um meio de ganhar poder, e, portanto, empoderar-se.
Para refletir sobre empoderamento, é preciso que se entenda o poder dentro de um relacionamento social, no qual as pessoas possam atuar utilizando os recursos de poder pessoal, social e político, para criar mudanças.
Wallerstein & Bernstein (1994) definem três níveis de empoderamento: individual, organizacional e comunitário.
O primeiro se refere à habilidade do indivíduo para tomar decisões e ter controle sobre sua própria vida. O segundo diz respeito ao controle democrático, onde cada membro compartilha informação e poder. O último é aquele onde indivíduos e organizações aplicam suas habilidades e recursos nos esforços coletivos, para encontrar suas respectivas necessidades.
As pessoas idosas que participam, por exemplo, de Conselhos de direitos têm grande chance de serem mais autônomas, terem autoconfiança e senso de governabilidade. Mais do que outras que se sujeitam à força de alguma coisa ou de outrem e, agindo deste modo, parecem menos capazes de fazer reivindicações.
É ano de eleições! Atualmente, no Brasil, a legislação obriga todos a votarem. No caso específico das pessoas que têm mais de 70 anos, votar se torna um ato facultativo. O que você, leitor, pensa sobre isso? Como lutar pelos direitos sociais sem participar do processo democrático de eleição?
São direitos sociais: a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados bem como, entre outros, ainda, a seguridade social, a cultura, o esporte e o meio ambiente. Será que, por meio do voto, tudo isso passa a ser garantido ao cidadão?
De qualquer forma, o engajamento ativo em atividades onde a consciência crítica se faz presente nos torna verdadeiros cidadãos.
Para algumas pessoas idosas tal desobrigação pode vir como um alívio das responsabilidades, não é mesmo? E aí? Vamos refletir sobre a ida às urnas?
Fotos/ilustrações: divulgação
Pós-doutora em Gerontologia (USP), Doutora em Educação (UNICAMP) e Docente da Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ) (clique aqui para falar com a colunista)