éamplamente divulgada a importância de aproximar a criança dos livros, mas e a pessoa idosa tem sido lembrada? A pesquisa “Retratos da leitura no Brasil”, publicada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), apresentou dados preocupantes:
– A maior parcela de não-leitores está entre a população adulta: 30 a 39 anos (15%), 40 a 49 (15%), 50 a 59 (13%) e 60 a 69 (11%);
– 54% dos entrevistados alegou falta de tempo para ler;
– a maioria dos não-leitores (aqueles que não leram um livro nos três meses anteriores à pesquisa) não vivenciou a experiência de ver alguém lendo na própria família.
Sabe-se que a leitura no mundo moderno é a habilidade intelectual mais importante a ser desenvolvida e cultivada por qualquer pessoa, de qualquer idade.
Já que a aprendizagem ocorre ao longo da vida, as pessoas com mais de sessenta anos podem recorrer aos livros e à leitura como fonte de informações, como instrumento de aprendizagem e como forma de lazer. Por isso, a criação de políticas públicas de leitura para pessoas idosas é importantíssima!
Para mudar o quadro apontado pela pesquisa, se faz necessário cumprir o que diz o Estatuto do Idoso, em seu artigo 25, do capítulo V: “O poder público incentivará a publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura, considerada a natural redução da capacidade visual.”
Como apontam as histórias de leitura, avós que gostam de ler de verdade e que acreditam na leitura têm mais chances de fazer com que toda a família também goste de ler.
Como nos ensina Lajolo (2005), quaisquer que sejam os livros, eles sempre serão diferentes uns dos outros: tratam de diferentes assuntos, têm tamanhos diferentes, são escritos em diferentes estilos, alguns são ilustrados em cores, outros em branco e preto, outros nem são ilustrados. Uns foram escritos há muito tempo, outros são recentes. Muitos são brasileiros, e muitos vêm de diferentes partes do mundo. Em resumo, há livros ótimos para rir, para chorar e para aprender.
Leia, pois ler faz bem à saúde e incrementa sua qualidade de vida!
Ilustração: divulgação
Pós-doutora em Gerontologia (USP), Doutora em Educação (UNICAMP) e Docente da Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ) (clique aqui para falar com a colunista)